Passageiros da linha 035 enfrentam dificuldades com superlotação
Pessoas pedem uma análise da situação para aumentar a quantidade de ônibus dessa frota
Por: Larissa Oliveira
Diariamente, mais de 500 mil pessoas fazem uso do transporte coletivo na Região Metropolitana de Goiânia. De acordo com os dados da RedeMob, ao todo, são 1.257 ônibus que percorrem 217 quilômetros por dia. Se a capacidade máxima de cada ônibus é de 40 pessoas, a quantidade disponibilizada consegue atender a apenas 10% da população que usufrui do serviço público. A baixa oferta é o principal motivo do cenário de superlotação que muitos goianos enfrentam no dia a dia. Em algumas linhas, esse problema ocorre até mesmo fora dos horários considerados de pico.
Esse é o caso do 035, que parte do Terminal Garavelo, em Aparecida de Goiânia, se desloca pela Avenida T-63 e tem o destino final no Terminal Paulo Garcia, no Setor Central. As reclamações dos passageiros dessa linha se acumulam cada vez mais, principalmente em relação aos ônibus lotados.
A reportagem do O Hoje esteve na linha 035 entre às 06h e 08h e novamente entre às 15h e 17h desta sexta-feira (14/07). No horário de pico matutino, não foi possível entrar no primeiro ônibus que passou. Na segunda tentativa, foi possível embarcar, mas muitos outros passageiros dos pontos seguintes não tiveram a mesma sorte.
Prejuízos
O usuário da linha, Marco Aurélio Lino de Oliveira, afirma que a “Essa linha 035 é bastante utilizada, muitos que moram na região do Garavelo e trabalham na região central de Goiânia dependem dela. Devido a esta demanda, a atual disponibilidade de veículos não atende, ocasionando superlotação e atrasos de horários. Muitas vezes, os ônibus não param nos pontos por estarem lotados e, quando param, é impossível embarcar. Já cheguei atrasado no trabalho por conta disso. Certo dia, três ônibus passaram e não pararam. E o tempo de espera entre um e outro é 30 minutos”.
Segundo ele, algumas pessoas também não colaboram. “A porta do meio fica sempre congestionada, impedindo outros passageiros de se deslocarem dentro do ônibus. Em certos casos, as pessoas que estão antes da catraca gritam para as que já passaram para se locomoverem para o fundo para que possam adentrar também. A gente tem que se colocar no lugar do outro também. Enquanto a situação da linha 035 permanecer insalubre, temos que espremer o máximo que pudermos para tentar ajudar um ao outro. No final das contas, todos desejam e esperam que esse cenário mude e melhore”, relatou.
Conforme disse ao O Hoje, existe uma solução simples para o problema da superlotação: aumentar a frota.
Soluções
Segundo a engenheira de transportes Erika Cristine Kneib, existem áreas com equilíbrio, com oferta crescente ou com carência de transporte coletivo. Ela afirma que é relevante fazer um diagnóstico da distribuição espacial e de suas concentrações para equalizar a quantidade de veículos em relação à demanda de pessoas que usufruem dela.
“A principal preocupação deve ser a adequação das condições de oferta às características de demanda, em especial do atendimento espacial dessa demanda”, afirmou Erika Cristine, que tem doutorado em transportes. De acordo com a especialista, a situação da linha 035 é emergente. “As zonas com alta demanda e baixa oferta necessitam de maior oferta de transporte coletivo”, explicou.
O motorista de transporte público, José Pereira, afirma que a superlotação faz com que os ônibus da linha 035 atrasem com frequência.
“Eu aviso no rádio que estou atrasado no tempo da rota porque acabo ficando muito tempo parado nos pontos. Falo que os ônibus estão muito lotados e que as pessoas tentam, mas não conseguem entrar, mas não adianta. Para resolver, muita gente tem que ligar para eles reclamando dessa situação. Não adianta reclamar aqui, tem que reclamar para eles. Eles deixam os números da ouvidoria dentro do ônibus”, informou.
A empregada doméstica, Rosana de Souza é outra pessoa que faz uso da linha 035. Segundo ela, enfrenta superlotação diariamente e já presenciou cenas preocupantes. “Dependendo do horário, é insustentável, insalubre e até desumano. Já vi gente desmaiar no ônibus e a pessoa nem caiu porque estava realmente muito cheio”, disse ao O Hoje.
Resposta
Ao O Hoje, a Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) informou que “está acompanhando a operação e que ajustes/acréscimos de horários estão sendo realizados pontualmente e de acordo com o necessário nas linhas da Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC)”.
Os passageiros podem ligar no 0800 646 1851 ou no telefone (62) 3524-1851. A CMTC também tem uma ouvidoria pelo whatsapp através do número (62) 99943-1620.
