Hugol alerta para estado crítico no estoque do banco de sangue

O Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) alertou a população sobre o estado crítico no banco de sangue da unidade. Durante todo o mês de junho, o Hugol recebeu 628 doadores aptos. Apesar de todas as ações de incentivo realizadas, esse número ainda foi menor que as doações no mesmo mês do ano passado, quando a unidade recebeu 977 doadores aptos. Isso significa que, em junho de 2023, o hospital teve uma baixa de doadores de sangue de mais de 64%, comparado a 2022.

De acordo com o supervisor do banco de sangue do Hugol, Wilson Moreira, foi feito um mapeamento ao longo dos anos e as baixas nas doações chegam a 58% entre os meses de junho, julho e agosto. “Nesse período do ano, ocorre uma queda nas doações por conta das férias escolares e das viagens realizadas nessa temporada. Além disso, nessa época, a ocorrência de acidentes domésticos aumenta e, consequentemente, a demanda do hospital também cresce”, explicou o supervisor.

A fim de não comprometer o atendimento de pacientes que necessitam de suporte hemoterápico, o Hugol pediu o apoio de toda a população para a manutenção dos estoques de sangue de qualquer tipo. O hospital anunciou que os tipos sanguíneos mais necessários são B positivo, A e O negativos. Todavia, o Hugol ressaltou que todos os tipos de sangue são bem-vindos. A unidade funciona de segunda à sexta-feira, das 7h às 18h30, e aos sábados, das 7h às 12h.

Critérios

O Hugol enfatizou que qualquer pessoa pode doar sangue, desde que sejam respeitados os critérios para proteção tanto do doador quanto do receptor. Segundo o hospital, o indivíduo deve estar saudável, logo não deve estar gripado, resfriado ou febril. Além disso, o doador deve ter acima de 50 quilos e ter entre 18 e 69 anos. Para doar sangue, deve-se estar descansado e alimentado, mas não pode ter ingerido alimentos gordurosos nas três horas que antecedem a doação.

Outras exigências são não ter feito tatuagem, piercing ou maquiagem definitiva a menos de um ano, não ter realizado procedimentos endoscópicos nos últimos seis meses e não estar em uso de antibióticos e antifúngicos. Caso o doador tenha utilizado tais fármacos, deve aguardar 14 dias após o término para realizar a doação. O voluntário também não pode ter evidência clínica ou laboratorial de doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue, como sífilis, hepatite A, B ou C, HIV, HTLV, ou doença de Chagas.

Para mais, o Hugol destacou que o doador não pode ter comportamento de risco para doenças sexualmente transmissíveis. Além disso, não pode ter ingerido bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação. Em caso de dúvidas, o Hugol informa que mais informações podem ser dadas aos interessados que entrarem em contato com a Unidade de Coleta e Transfusão do Hugol, através do número (62) 3270-6662 ou pelo WhatsApp (62) 3270-6661.

Solidariedade

De acordo com a médica hematologista Francielle Barreto, a doação de sangue é um ato altruísta. “Podemos ajudar ao próximo, um puro ato de amor, que pode salvar vidas. Principalmente para pacientes em tratamento de câncer e anemias genéticas”, afirmou ao Hoje. Segundo a especialista, para doar sangue é preciso estar em boas condições de saúde. A hematologista informou que é feita uma triagem de avaliação para verificar se os candidatos atendem aos critérios.

O secretário da Saúde Sérgio Vencio ressalta a importância de a rede contar com doadores frequentes, para atender a todos os que precisam de transfusões nos hospitais públicos do Estado. “Sem estoque suficiente, muitas vidas podem ser perdidas, pois há pessoas que necessitam de sangue todos os dias, inclusive em transfusões devido a acidentes, cirurgias, enfermidades, queimaduras, assim como pacientes com anemias e leucemias”, afirmou o secretário.

A estudante do ensino médio, Bianca Iasmin Fonseca, de 17 anos, fez sua segunda doação neste ano. Segundo ela, sua mãe, que é doadora regular de sangue, foi quem a inspirou. “Assim que completei 16 anos fiz minha primeira doação. Na segunda doação já estava mais tranquila, acostumada. Doar sangue para mim é muito importante porque ajudamos pessoas que não conhecemos. Inclusive, nós mesmos podemos precisar de sangue. Então faço isso por ter a certeza que posso ajudar muitas pessoas”, informou.