Presídio só soube da liberação de Playboy uma semana depois

Apesar de ser beneficiado por um habeas corpus, o preso, conhecido por ser o ex braço-direito de Fernandinho Beira-Mar, tinha condenações em outros processos e não poderia ser solto

Postado em: 14-07-2018 às 13h00
Por: Katrine Fernandes
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Apesar de ser beneficiado por um habeas corpus, o preso, conhecido por ser o ex braço-direito de Fernandinho Beira-Mar, tinha condenações em outros processos e não poderia ser solto

O Ministério Público começou a investigar a liberação irregular de
Leomar Oliveira Barbosa, de 55 anos, apontado como ex-braço-direito de
Fernandinho Beira-Mar, do Presídio Estadual de Formosa, no Entorno do DF. O
promotor de Justiça Douglas Chegury, responsável pelo caso, colheu o depoimento
do diretor da unidade e descobriu que ele só soube do episódio uma semana
depois do ocorrido. Apesar de ser beneficiado por um habeas corpus, o preso,
conhecido como “Playboy”, tinha condenações em outros processos e não
poderia ser solto.

“A própria diretoria penitenciária só tomou conhecimento
da soltura do Leomar uma semana depois. Ele foi colocado em liberdade no dia 4
de julho, mas só no dia 11 é que se identificou que essa soltura foi feita de
forma indevida”, disse Chegury.

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A assessoria de imprensa da Diretoria-Geral de Administração
Penitenciária (DGAP) informou que não vai se pronunciar sobre o depoimento.

O primeiro depoimento foi colhido na sexta-feira (13). Nos
próximos dias, os outros envolvidos na situação também devem prestar depoimento
sobre a situação. Os servidores envolvidos no procedimento foram afastados e
podem até ser exonerados caso seja comprovado que agiram de má-fé.

“O procedimento tem dois objetivos: verificar se houve
facilitação na soltura do Leomar e trabalhar de forma intensiva para que ele
seja recapturado e volte a cumpri sua pena”, destaca.

A advogada de “Playboy”, Amanda Alves, que havia
dito à TV Anhanguera que seu cliente não pretende se apresentar, já que,
segundo ela, a soltura dele ocorreu de forma lícita, mudou um pouco o tom.

“A ordem de soltura veio para sacramentar o que já
esperávamos, ou seja, a aplicação da Justiça. E o que a Justiça determinar será
cumprido por ele como ele sempre fez”, afirma.

Depois da soltura, o Tribunal de Justiça de Goiás expediu um
novo mandado de prisão contra Playboy. De acordo com o tribunal, agora, o nome
dele passa a constar no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP), uma
plataforma que pode ser acessada em todo o país.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, também se
pronunciou sobre o caso. Ele disse que a soltura da cadeia de Leomar Oliveira
Barbosa foi um “desastre” e um “equívoco criminoso”.

“Tem que se identificar quem sãos os responsáveis e
puni-los, porque é inaceitável você prender, e ter uma grande dificuldade para
prender, nunca é fácil, um bandido como esse, e ele ser solto por um equívoco.
É difícil até de acreditar. Mas de todo jeito tem que ser averiguado e punir os
responsáveis”, completou o ministro.

 Fonte: G1 Goiás

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