Capitais brasileiras registram deflação em julho

Em Goiânia, o IPCA-15 caiu pela segunda vez seguida e atingiu variação de -0,52%

Postado em: 25-07-2023 às 10h29
Por: Rodrigo Melo
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Em Goiânia, o IPCA-15 caiu pela segunda vez seguida e atingiu variação de -0,52% | Foto: Agência Brasil

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) apontou deflação de -0,07% em julho, 0,11 ponto percentual abaixo da taxa de junho (0,04%). Os dados foram divulgados nesta terça-feira (25/7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e considerou a economia das capitais brasileiras.

Neste ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,09%. Se comparado aos 12 meses, o índice apontou alta de 3,19%, abaixo dos 3,40% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2022, a taxa foi de 0,13%.

Em Goiânia, o IPCA-15 caiu pela segunda vez seguida e atingiu variação de -0,52%, após ter variado -0,66% em junho, que foi a maior queda para o mês desde 2006. Com a queda, a variação acumulada em 2023, até agora, atinge 2,18%, 2,62 pontos percentuais menor que a mesma variação acumulada do ano anterior, que foi de 4,80%. O acumulado dos últimos 12 meses na capital goiana é de 2,41%.

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Influência na habitação

O resultado nacional de julho foi influenciado pelas quedas de Habitação (-0,94%) e Alimentação e bebidas (-0,40%), que contribuíram com -0,14 p.p. e -0,09 p.p, respectivamente. Os preços de Artigos de residência (-0,40%) e Comunicação (-0,17%) também recuaram. No lado das altas, o maior impacto (0,13 p.p.) e a maior variação (0,63%) vieram de Transportes. Os demais grupos ficaram entre o 0,04% de Vestuário e o 0,38% de Despesas pessoais.

No grupo Habitação (-0,94%), destaca-se a queda da energia elétrica residencial (-3,45% e -0,14 p.p.), por conta da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês de julho. Além disso, houve recuo nos preços do gás de botijão (-2,10%).

A alta da taxa de água e esgoto (0,20%) decorre de reajustes aplicados em três áreas: de 8,33% em Belém (3,18%), a partir de 28 de maio; de 3,45% em uma das concessionárias em Porto Alegre (0,77%), a partir de 1º de julho; e de 8,20% em Curitiba (0,25%), a partir de 17 de maio.

A queda do grupo Alimentação e bebidas (-0,40%) deve-se, principalmente, à deflação da alimentação no domicílio (-0,72%), que já havia recuado em junho. Destacam-se as quedas do feijão-carioca (-10,20%), óleo de soja (-6,14%), leite longa vida (-2,50%) e das carnes (-2,42%). No lado das altas estão a batata-inglesa (10,25%) e o alho (3,74%).

A alimentação fora do domicílio (0,46%) acelerou em relação ao mês anterior (0,29%), em virtude da alta mais intensa do lanche (0,34% em junho para 1,02% em julho). A refeição (0,17%) desacelerou na comparação com o IPCA-15 de junho (0,28%).

Nos Transportes (0,63%), o resultado foi puxado pela alta nos preços da gasolina (2,99%), subitem com o maior impacto positivo (0,14 p.p.) no IPCA-15 de julho. Entre os demais combustíveis (2,28%), o gás veicular subiu 0,06% enquanto óleo diesel e etanol caíram 3,48% e 0,70%, respectivamente. Destaca-se, ainda, a alta de 4,70% nos preços das passagens aéreas, que haviam subido 10,70% em junho.

Ainda em Transportes, os preços do automóvel novo (-2,34%) e do automóvel usado (-1,05%) registraram queda no índice do mês. Em ônibus urbano (-0,72%), houve redução de 25,00% nas tarifas em Belo Horizonte (-5,17%), a partir de 8 de julho.

Pesquisa

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 15 de junho e 13 de julho de 2023 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 16 de maio a 14 de junho de 2023 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários-mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

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