Goiás tem mais de 30 mil quilombolas, aponta IBGE
No ranking nacional, o estado está em 8º lugar
Por: Mariana Fernandes
Goiás tem mais de 30 mil pessoas que se autodeclaram quilombolas, segundo o Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado nesta quinta-feira (27). Esta é a primeira vez que o Censo incluiu perguntas nos questionários que se autodeclaram quilombolas. No ranking nacional, Goiás está em 8º lugar.
Entre os 10 principais estados no ranking, Goiás e Minas Gerais são os únicos que não pertencem à região nordeste. No centro-oeste, o levantamento mostrou que 44.957 pessoas se identificam como quilombolas.
“Com essa divulgação, o IBGE atende a uma demanda histórica da sociedade brasileira, dos órgãos governamentais e dos movimentos sociais. Conhecer o número de pessoas quilombolas e como elas se distribuem pelo país, no nível de municípios, vai orientar políticas públicas de habitação, ocupação, trabalho, geração de renda, e regularização fundiária”, declara Marta Antunes, responsável pelo Projeto de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE.
“É importante destacar também que todos esses dados refletem um processo participativo, em que a população esteve presente com o IBGE desde o início, no mapeamento das comunidades, na definição dos questionários, na organização para o planejamento da coleta, no treinamento dos recenseadores e, agora, na divulgação dos resultados”, completou.
Ao todo, dos 5.568 municípios do Brasil, 1.696 possuem população quilombola. Senhor do Bonfim na Bahia é a cidade com a maior quantidade absoluta, logo em seguida está Salvador, Alcântara no Maranhão e Januária, Minas Gerais.
Em relação à proporção de quilombolas na população total do município, Alcântara se destaca, com 84,6%. Na justificativa, a análise da distribuição da população quilombola no território brasileiro indica quatro eixos de concentração espacial. “O primeiro é formado pelas regiões Sudeste e Nordeste em duas frentes principais: em torno da bacia do rio São Francisco até Pernambuco e nas cidades litorâneas de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, com destacada presença no Vale do Ribeira, entre São Paulo e Paraná”.
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