Hugo já atendeu 1,8 mil motociclistas

De acordo com estudo, excesso de velocidade é uma das principais causas de mortes no trânsito em Goiás

Postado em: 19-07-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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De acordo com estudo, excesso de velocidade é uma das principais causas de mortes no trânsito em Goiás

O índice de mortalidade no trânsito das cidades goianas é de 28,3 a cada 100 mil habitantes

Raunner Vinícius Soares*

O Hospital de Urgência de Goiânia registrou 1.800 motociclistas atendidos devido acidentes de trânsito em 2018. Cerca de 2.500 cirurgias foram realizadas, sendo 17 amputações. De janeiro a junho deste ano, o Crer registrou 120 pacientes, considerados ‘grande incapacitados’, internados para reabilitação na unidade. Os pacientes ‘grande incapacitados’ são aqueles que sofreram traumas de coluna que resultaram em lesão medular, são elas tetraplegia e paraplegia. Destes, 120 pacientes internados com lesão medular, 24 deles foram vítimas de acidentes com motocicletas. 

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Nem todos os tipos de lesões são tratados propriamente no Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), porque existem outros serviços de fisioterapia que fazem a reabilitação. Normalmente são atendidos apenas os casos mais graves no Centro. Estes tramas na coluna variam nos membros inferiores ou superiores, que são as paraplegias, hemiplegias ou ainda em ambos, que são as tetraplegias. Demonstrando a posição de vulnerabilidade que o motociclista tem em relação aos outros veículos.

Em um dos casos, que ocorreu este ano, uma jovem de 18 anos morreu depois de se envolver em um acidente com um caminhão, no cruzamento das avenidas Perimetral Norte e Eurico Viana, no Jardim Diamantina, em Goiânia. Identificada como Jéssica Gomes, ela estava grávida de sete meses. De acordo com a Delegacia Estadual de Investigação de Crimes de Trânsito (Dict), o motorista do caminhão, Luciano Severo Nunes, contou que o semáforo estava na cor amarela. Por estar em velocidade lenta, mas com veículo pesado, ele não acionou os freios. O homem transportava gordura alimentar.

O Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado, mas a vítima já tinha morrido. Agentes da Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade (SMT) foram acionados para controlar o trânsito no local, que foi liberado por volta de 10h. Ainda segundo a Dict, a moto era pilotada pelo namorado de Jéssica. Ele contou que a levava para a OVG, onde ela fazia curso de gestante. O rapaz não ficou ferido e permaneceu no local, informou a Polícia Civil.

Acidentes de Transito

Dados do Departamento de Informações do Sistema Único de Saúde (Datasus) mostram que 1.873 pessoas morreram em decorrência de acidentes de trânsito em Goiás no ano de 2015. De acordo com o levantamento, o estado tem um índice de mortalidade acima da média nacional. O excesso de velocidade é uma das principais causas das mortes e que é preciso aumentar o trabalho de educação dos condutores.

O relatório Retrato da Segurança Viária foi desenvolvido pela Ambev e pela empresa de consultoria Falconi. Os números apontam que, das vítimas, 40% são motoristas de automóveis, contrariando a tendência do restante do país, onde o maior número de óbitos é de motociclistas. Em Goiás, os condutores de moto totalizam 36% das mortes, seguidos por pedestres (15%) e ocupantes de ônibus e caminhões (9%).

O índice de mortalidade no trânsito das cidades goianas é de 28,3 a cada 100 mil habitantes. O número é muito acima da médica nacional, que é de 19,2. Apesar disso, de acordo com o levantamento, houve uma redução de 11% no número de mortes em relação a 2014, quando foram registrados 2.148 óbitos.

O Departamento de Trânsito de Goiás (Detran-GO) diz que está tomando providencias desde o ano passado, onde trabalha com o programa Balada Responsável em duas frentes: na educação de motoristas e também na fiscalização para tentar reduzir as mortes no trânsito. Além disso, desenvolve o projeto Goiás Mais Competitivo, que tem a colaboração de outros órgãos. O objetivo é diminuir índice de mortalidade no trânsito para 26 a cada 100 mil habitantes até este ano.

Segundo o Departamento, o trabalho é feito de maneira que possibilite o desenvolvimento de ações mais eficientes e incisivas no combate aos acidentes. Também tem o objetivo de melhorar o atendimento de vítimas de acidentes, desde o resgate até a internação em hospitais, além de atuar de maneira repressiva contra condutores que estejam dirigindo de maneira imprudente ou com veículos irregulares.

A Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) informou que também está trabalhando para reduzir o número de óbitos no trânsito. Entre as medidas listadas pelo órgão estão a implantação de sinalização horizontal e vertical, instalação de redutores de velocidade, barreiras de proteção nas rodovias para evitar saídas de pista e até câmeras de vídeo monitoramento em 360º, que facilita a identificação de infrações de motoristas e facilita o suporte e o resgate a possíveis vítimas.

A Agetop afirma que realiza periodicamente serviços de conservações nas vias, identificando pontos críticos e fazendo roçagem do mato, operação tapa buraco. Por fim, também informou que faz parceria com o Comando de Policiamento Rodoviário para operações nas rodovias estaduais. (Raunner Vinícius Soares é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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