Vítimas denunciam advogado que prometia reduzir financiamento de casas, mas não seguia com processos

Moradores foram orientados a não pagarem parcelas e ignorarem notificação judicial enviada pela imobiliária

Postado em: 29-07-2023 às 14h43
Por: Mariana Fernandes
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Moradores foram orientados a não pagar parcelas e ignorarem notificação judicial enviada pela imobiliária | Foto: Valdete Maria da Silva/Arquivo Pessoal

Mais de 60 famílias do Residencial Hebrom em Senador Canedo denunciaram que um advogado ia até suas residências e prometia entrar na Justiça para pedir a redução das parcelas do financiamento de lotes e imóveis, mas não seguia com o processo, o que arrecadou diversos prejuízos as famílias. Alguns moradores já receberam, inclusive, ordem de despejo devido à dívida que contraíram diante à imobiliária. A Ordem dos Advogados do Brasil investiga o caso.

Entre as vítimas está a manicure Valdete Maria da Silva, que decidiu buscar a ajuda do advogado após notar um aumento significativo nas prestações ao longo dos anos. Em 2019, sua parcela era de R$ 960 e subiu para R$ 1.316 em 2020,. A propriedade imobiliária justificou o aumento com base no Índice Geral de Preços de Mercado (IGPM), conhecido como a herança do aluguel. Em 2021, as parcelas subiram ainda mais, chegando a R$ 1.457.

Valdete foi apresentada a Douglas Magalhães por uma vizinha, que o recomendou como alguém capaz de solucionar o problema, conforme relatou ao g1. Durante uma reunião realizada em junho do ano passado, o advogado teria alegado que o contrato dos moradores estava equivocado, mas parecendo um contrato de reserva, e prometeu solicitar o cancelamento desse acordo para que o imóvel pudesse fazer um contrato de financiamento de imóvel, satisfeito como parcelas e os juros.

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A recepcionista Ludmilla Gino também passou pela mesma situação após a pandemia, com as parcelas aumentando em 50%. Segundo ela, o advogado a convenceu a entrar com a ação e orientou os moradores a ignorarem qualquer contato da propriedade, o que resultou em mais problemas.

As vítimas alegam que tentaram contatar o advogado diversas vezes, mas não foram mais atendidos. Descobriram que ele atendia na Caixa de Assistência dos Advogados de Goiás (Casag) e alugava o espaço mesmo não possuindo escritório físico.

Mais de 1,2 mil casos constatados

Weber Fernandes é advogado e está representando 32 moradores do setor. Segundo elehá mais de 1,2 mil processos abertos contra Douglas Magalhães com a mesma finalidade. Além disso, dois moradores de outros setores também apresentaram casos de prejuízo causados ​​pela atuação do mesmo advogado.

Os moradores ainda procuraram a delegacia de Senador Canedo para denunciar o advogado, mas foram orientados a irem à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para registrarem o caso para uma apuração interna, pois, em um primeiro momento, não há crime a ser investigado tendo em vista que o homem entrou com processos.

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