Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Goiás registra o dobro de afogamentos no período de férias deste ano

O Corpo de Bombeiros alerta que o número de acidentes envolvendo lagos, rios, cachoeiras e piscinas têm aumentado de forma alarmante e que a prevenção é a melhor proteção

Postado em: 02-08-2023 às 08h00
Por: Larissa Oliveira
Imagem Ilustrando a Notícia: Goiás registra o dobro de afogamentos no período de férias deste ano
O Corpo de Bombeiros alerta que o número de acidentes envolvendo lagos, rios, cachoeiras e piscinas têm aumentado de forma alarmante e que a prevenção é a melhor proteção | Foto: Divulgação

O período de férias e dias ensolarados foi acompanhado de um número crescente de acidentes envolvendo lagos, rios, cachoeiras e piscinas. Durante as férias escolares, é comum que crianças passem mais tempo em casa ou em ambientes de lazer, como clubes e parques. Para provar isso, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO) registrou, durante o mês de julho, 22 atendimentos de pessoas em afogamento. No mesmo período do ano passado, a corporação fez doze resgates. O dobro. 

Para se ter uma ideia do impacto da rotina de férias no aumento da demanda por socorro, no mês anterior, em junho, o Corpo de Bombeiros registrou 11 ocorrências de afogamentos. 

A corporação alerta que o número de ocorrências de afogamentos têm aumentado exponencialmente. Em 2022, houve um total de 105 resgates de afogamentos em todo o Estado. Nos primeiros sete meses de 2023, foram 88 ocorrências, o que corresponde a 83% do total do último ano. Diante dos dados alarmantes, o Corpo de Bombeiros orienta pais e responsáveis a adotarem cuidados para evitar que ainda mais acidentes aconteçam.

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De acordo com o capitão Peres, do CBMGO, o comportamento dos pequenos é imprevisível. “A criança pode estar quietinha no quarto e resolve andar pela casa, explorar áreas de lazer e ambientes ao redor”, afirma. O capitão ressalta que pessoas que têm áreas de lazer com piscina dentro de casa, devem ter o cuidado redobrado. “O Corpo de Bombeiros não fiscaliza residências unifamiliares, mas orienta deixar piscinas isoladas e com grades de proteção”, enfatiza. Em caso de emergência, o capitão orienta que o Corpo de Bombeiros pode ser acionado através do telefone 193.

O acidente na água pode ocorrer até com quem nem é possível imaginar que esteja em perigo. Foi o caso do bombeiro José Júnior Pereira que nadava no Rio Araguaia, em Cocalzinho. O corpo dele desapareceu por dois dias. Foi encontrado pelos colegas de farda no dia 23 de julho. 

Outro caso emblemático ocorreu a 26 de julho no setor Cristina Park, em Morrinhos, quando Henrique Alves de Moura, que não sabia nadar, entrou no lago da cidade. Ele não resistiu e morreu. 

Prevenção

Para Vanessa Furquim, tenente do 8° Batalhão do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO), a prevenção é a melhor proteção. “Afogamentos têm alto potencial traumático tanto familiar como social e até econômico, isso porque afetam tanto familiares como o turismo da região onde ocorre. Por isso, prevenir que esse tipo de acidente aconteça é fundamental para evitar possíveis tragédias”, destaca. O Corpo de Bombeiros orienta que alguns cuidados simples são de extrema importância para que qualquer pessoa, de qualquer idade, tenha a vida assegurada.

Para evitar afogamentos em rios, especialistas em salvamento do CBMGO ressaltam que utilizar colete salva-vidas é essencial. Se não houver o uso deste equipamento de proteção, recomenda-se entrar em rios sem corredeiras até que o nível da água atinja os joelhos e não entrar de forma alguma caso haja corredeiras. Além disso, nunca se deve adentrar rios, represas, lagos ou cachoeiras sozinho, sem supervisão de alguém que possa ajudar, caso seja necessário. No caso de crianças, devem sempre estar acompanhadas por um adulto responsável atento. 

“A melhor forma de ajudar é jogar um material flutuante, ligar para o 193 e aguardar um profissional em salvamento chegar”, aponta a tenente Vanessa Furquim. 

Águas doces e salgadas exigem cuidados, mas o perigo também pode estar dentro de casa. Para evitar afogamentos em piscinas, o pai ou responsável adulto deve estar sempre atento, principalmente com as crianças. Segundo a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), o afogamento é uma das principais causas de morte em crianças de um a nove anos e 49% ocorrem em piscinas. Por isso, o Corpo de Bombeiros orienta cercar as piscinas nas residências e utilizar dois ralos com tampa anti-sucção de cabelos. 

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