Marcha das Margaridas 2023 reunirá mais de 100 mil mulheres em Brasília

A ação é considerada a maior ação política de mulheres da América Latina, com protagonismo das mulheres do campo, indígenas e ribeirinhas

Postado em: 03-08-2023 às 12h00
Por: Ícaro Gonçalves
Imagem Ilustrando a Notícia: Marcha das Margaridas 2023 reunirá mais de 100 mil mulheres em Brasília
A ação é considerada a maior ação política de mulheres da América Latina, com protagonismo das mulheres do campo, indígenas e ribeirinhas | Foto: José Cruz/Agência Brasil

Entre os dias 15 e 16 de agosto, cerca de 100 mil mulheres devem ocupar a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, em meio à 7ª Marcha das Margaridas. A ação é considerada a maior ação política de mulheres da América Latina, com protagonismo das mulheres do campo, indígenas e ribeirinhas.

A marcha é coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG) e 16 organizações parceiras, e acorre a cada quatro anos. Neste ano, a ação terá como lema “Pela Reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver”.

“Margaridas de todos os estados brasileiros e de outros países já estão se organizando e se preparando para esse grande momento. São quatro anos de construção coletiva, de formação, de caravanas, de audiências públicas e de construção de propostas para coroar com a nossa grande marcha em Brasília”, enfatizou a secretária de Mulheres da CONTAG e coordenadora geral da Marcha das Margaridas, Mazé Morais.

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A Pauta da Marcha das Margaridas foi entregue ao governo federal, durante evento com a participação de 13 ministras e ministros de Estado, no Palácio do Planalto, no dia 21 de junho. No mesmo dia foi entregue a Pauta voltada ao Legislativo para o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira.

Os documentos trazem os anseios, os quereres e as prioridades apontadas pelo movimento, com propostas organizadas em 13 eixos temáticos:

– Democracia participativa e soberania popular;

– Poder e participação política das mulheres;

– Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo;

– Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade;

– Proteção da Natureza com justiça ambiental e climática;

– Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética;

– Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios;

– Direito de acesso e uso da biodiversidade, defesa dos bens comuns;

– Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional;

– Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda;

– Saúde, Previdência e Assistência Social pública, universal e solidária;

– Educação Pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo;

– Universalização do acesso à internet e inclusão digital.

História

A Marcha tem como inspiração a luta de Margarida Maria Alves, trabalhadora rural nordestina e líder sindical que foi assassinada em 12 de agosto de 1983 em represália a suas ações pelo direito à terra, reforma agrária, entre outros temas.

A 7ª Marcha das Margaridas conta com o patrocínio da CAIXA, do Conselho Nacional do SESI e do Governo Federal.

Leia também: Marcha Nacional das Mulheres Indígenas começa em Brasília

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