Incêndio consome barraco e vegetação no Morro da Serrinha

Além do morro, permanece ocupado por igrejas e famílias, prédios da região tiveram riscos de ser atingidos

Postado em: 04-08-2023 às 08h00
Por: Tathyane Melo
Imagem Ilustrando a Notícia: Incêndio consome barraco e vegetação no Morro da Serrinha
Além do morro, permanece ocupado por igrejas e famílias, prédios da região tiveram riscos de ser atingidos | Foto: Divulgação/Bombeiros

Um incêndio atingiu o Morro da Serrinha, no setor Serrinha, em Goiânia, na tarde desta quinta-feira (3/8). De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO), que foi chamado às pressas por moradores, o incêndio se iniciou por volta das 12h30 e rapidamente se espalhou, aproximando-se de casas e edifícios da região.

Após um período de duas horas e o uso de aproximadamente 15 mil litros de água, os bombeiros conseguiram controlar o incêndio. Foram mobilizadas cinco viaturas e 12 militares para combater as chamas. Ninguém ficou ferido no acidente, disse o órgão por meio de nota. 

O fogo se alastrou pela área de preservação situada na região Sul da capital, ameaçando a segurança de moradores e trabalhadores locais. Alguns moradores da região tentaram inicialmente conter as chamas utilizando mangueiras e baldes com água até a chegada dos bombeiros.

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Nenhuma residência foi afetada pelo fogo, porém, foi constatado que uma cobertura de um local, possivelmente um rancho, foi afetada pelo incêndio. As chamas começaram em meio à vegetação seca e se propagaram até atingirem a estrutura na rua 1.112, no setor Serrinha.

A área foi evacuada como medida de precaução, e o acesso à rua 1112 foi bloqueado durante o combate ao incêndio.

Até o momento, as causas do incêndio ainda não foram identificadas, e os bombeiros não têm informações sobre o que pode tê-lo ocasionado.

Na Justiça

O Morro da Serrinha é uma preocupação tanto para moradores da região quanto para autoridades do poder público por causa da ocupação irregular. Depois de uma quebra de braço, a Justiça determinou a desocupação do Morro da Serrinha, que consiste em uma área de preservação permanente (APP). 

No dia 8 de maio, um oficial de Justiça esteve no local, acompanhado de policiais militares e de funcionários da Secretaria Estadual de Administração (Sead) para notificar todas as pessoas que de alguma forma estavam habitando o morro. 

Nas decisões judiciais é dito que a desocupação envolve todos que estiverem no local no dia da ação de despejo. Apesar de, historicamente, o espaço ser usado para atendimentos, cultos e orações, a área tem grande relevância ambiental para o território de Goiás. 

“O Morro da Serrinha tem um valor ecológico, paisagístico e histórico imensuráveis. Moradias e construções não se podem dar por vieses religiosos”, afirma o delegado Luziano de Carvalho. O titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (DEMA) também comenta que as construções têm causado danos e reclamações.

 “Estão dificultando a regeneração natural. Moradores também fizeram um abaixo-assinado por perturbação de sossego público, ou seja, de madrugada, está tendo muito barulho”, explica Luziano. Situado na região sul da capital, o local é uma área de preservação permanente (APP) do Estado. Embora a legislação proíba qualquer tipo de construção no Morro, ele passou a ser alvo de interesses tanto econômicos quanto imobiliários ao longo do tempo. 

O Morro da Serrinha tem sido ocupado por religiosos há mais de 40 anos. Nos últimos oito anos, no entanto, sem-tetos se aproveitaram da movimentação ininterrupta para erguer barracas e reivindicarem moradia. Pelo menos oito edificações de madeira, lona e metais retorcidos se espalharam pela área. 

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