Cartão magnético para transporte coletivo facilita rotina de usuário e motoristas 

Diariamente milhares de pessoas utilizam o transporte coletivo em Goiânia, seja para ir ao trabalho, resolver questões pessoais ou mesmo se deslocar em pequenos percursos. Mas nos últimos dois anos, nunca foi tão fácil embarcar, e até com um cartão de crédito é possível pagar a passagem. “A melhor coisa foi esse sistema do cartão por aproximação. Eu já tinha feito várias carteirinhas, e duas vezes perdi. Agora com o cartão, chego no terminal, aproximo, e a catraca é liberada”, conta a auxiliar de serviços gerais, Lúcia Chaves Sousa, 45.

Segundo a Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), o velho Sitpass de papel deixou de valer desde o dia 1º de outubro de 2018, há exatamente quatro anos e nove meses. Depois de duas décadas, o bilhete do transporte coletivo passou a ser inutilizável e os cartões magnéticos se tornaram a única forma de embarque nos ônibus da capital. 

Para se ter uma ideia, Goiânia possui cerca de 290 linhas que circulam na capital e na região metropolitana, realizando aproximadamente 7.500 viagens em dias úteis, o que envolve uma frota de 1.100 ônibus de largada, passando por 23 terminais e centenas de pontos distribuídos em todas as regiões. Para atender todos os públicos que necessitam do transporte, CMTC, RedeMob e as prefeituras junto ao estado, disponibilizaram o cadastro e emissão dos cartões magnéticos para a população, sendo mais de 10 programas.

Segundo o presidente da CMTC, Tarcisio Abreu, a tecnologia embarcada no transporte público de Goiânia e toda região metropolitana é a mais moderna de todo país. “Hoje possuímos biometria facial, ferramenta que ainda permite que o usuário realize compras e pagamentos de viagens pelo WhatsApp e Pix. O pagamento por cartão de crédito ou débito por aproximação foi mais uma forma de facilitar e agilizar a compra de viagens para os nossos usuários”, destaca. 

Conforme relatório, ao qual o Jornal OHoje teve acesso, nos últimos 6 meses, cerca de 620.690 pessoas utilizaram o Cartão Passe Live do Trabalhador, um benefício que concede até oito viagens diárias ao mês, incluindo finais de semana e feriados, ampliando em seis viagens, as duas que eram comumente oferecidas pelo empregador aos seus funcionários.

Já o Cartão de Bilhete Único registrou 6.471.745 de utilizações, um benefício que o usuário do transporte público coletivo de Goiânia e Região Metropolitana paga apenas uma passagem e tem a possibilidade de trocar de ônibus sem passar, necessariamente, pelos terminais. Visando democratizar e atender os direitos das pessoas com deficiência, idosos, crianças, famílias e estudantes, outros cartões também tiveram grande registro de ultimação desde o início de 2023, conforme tabela abaixo: 

Pontos de recarga

Mas, para utilizar os cartões, é preciso adicionar saldo nas carteirinhas. E de acordo com a Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC) são cerca de 1.200 pontos de recarga distribuídos em toda região metropolitana de Goiânia, quantidade que atende a atual demanda do serviço. “Esses pontos de venda, como padarias, bancas de revista, supermercados e drogarias, funcionam em horários regulares, inclusive aos sábados e domingos, alguns até em feriados”, explica Tarcísio.

Sheila Gomes, 32, designer de unhas, usa seu cartão sempre que precisar ir levar a filha à fisioterapia, e quando a pequena completou 7 anos, decidiu fazer o cartão da criança. “São benefícios que a gente só descobre quando precisa. Mas essas carteirinhas melhoram muito a vida do usuário. Hoje a gente não precisa ficar andando na frente com o motorista. Colocar carga é fácil, e se não tiver tempo, a gente usa o cartão de crédito mesmo”, relata a usuária do transporte coletivo da capital. 

Dona Jovelina Aparecida Silva, 65, teve um ponto de recarga na sua lanchonete, na região leste de Goiânia. Para ela, além de ágil é mais seguro. “Recebi o valor em dinheiro, digitei na máquina, encostava o cartão, e em menos de 10 segundos o crédito já estava disponível para a pessoa usar. Ficou muito melhor, porque antes acontecia de destacar o sitpass e o bilhete acabar rasgando. Hoje a tecnologia ajudou. Eu mesma só parei de ser um ponto porque fechei meu estabelecimento”, explica como funciona. 

Para a CMTC, a troca do sistema representa a modernização para o transporte coletivo e comodidade para os usuários. “Quanto mais pontos de cartão magnético tiver, mais fácil ficará para a população. Assim o passageiro tem o direito de ir e vir com segurança, agilidade e tranquilidade. O transporte coletivo tem que ser democrático, e de direito a todos”, enfatiza Tarcísio Abreu.

Quadro

Média de utilização por produto nos últimos 6 meses

• Cartão Venda a Bordo (feita pelo motorista) – 303.700
• Cartão PCD S/ Acompanhante – 301.419
• Cartão EMV (Cartão de crédito e débito) – 544.278
• Cartão Idoso – 647.284
• Cartão Motorista – 20.166
• Cartão PCD C/Acompanhante – 68.378
• Cartão Acompanhante PCD – 37.127
• Cartão Funcional – 25.346
• Cartão Metrobus – 2.448
• Cartão agente de proteção (serviço militar) – 583
• Cartão Carteiro – 286
• Cartão Criança – 2.815
• Cartão PLE (estudante) – 1.062.104
• Cartão Família Principal – 273
• Cartão Família Membro – 388

Fonte: CMTC e RedeMob