Contratar plano funerário pode evitar problemas durante o luto

A partir da contratação de um plano, a pessoa poderá garantir que seus desejos sejam respeitados após a morte

Postado em: 07-08-2023 às 08h35
Por: Ronilma Pinheiro
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A partir da contratação de um plano, a pessoa poderá garantir que seus desejos sejam respeitados após a morte | Foto: Divulgação

A dona Marli, como prefere ser identificada, percebeu a necessidade de ter um plano funerário quando precisou contratar, às pressas, serviços funerários para o sepultamento do marido. Entendeu tardiamente a necessidade da precaução pois teve de pagar mais caro e com urgência por um serviço primordial no cotidiano da sociedade, mas muito pouco levado a sério senão por quem precisa organizar-se para sepultar um ente querido. 

A partir do episódio do marido, Marli, que tem três filhos, resolveu contratar um plano para toda a família.  “Aí comprei logo um jazigo de quatro lugares. Todo mundo tem que ter. É nossa vida eterna, né? Morada eterna”, recomenda ela.

Marli diz ainda que é sempre bom ter um plano quando chega o momento tão delicado da vida, para que não aconteça de não ter as devidas condições de realizar o enterro, apesar de este não ter sido o caso dela. “O meu não teve problema porque eu tinha condições financeiras e deu tudo certo”, conta. “Quem planeja já tem assegurado o seu cantinho”, completa.

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Para o presidente do Sindicato das Empresas Funerárias, Cemitérios e Crematórios de Goiás (SEFECC/GO), Wanderley Rodrigues, que também é diretor da funerária Paz Universal, a contratação de um plano funerário é uma decisão inteligente por várias razões. Uma delas é o apoio emocional, haja vista que a perda de um ente querido é uma experiência emocionalmente difícil. Desse modo, ter um plano funerário “alivia parte do estresse emocional e da carga de tomar decisões difíceis durante esse momento delicado, pois muitos detalhes e arranjos já estarão previamente organizados”, detalha o presidente.

Ele defende que a partir da contratação de um plano, a pessoa poderá garantir que seus desejos sejam respeitados em relação ao funeral: tipo de urna, cerimônia, entre outros detalhes. Além disso, apesar dos valores serem caros e o custo ser um fator significativo para as famílias que estão lidando com uma perda. É possível realizar o pagamento com pequenas parcelas mensais, assegura o presidente.

Wanderley Rodrigues destaca ainda outro fator advindo da contratação de um plano, bem como a tranquilidade para a família. Segundo ele, saber que um plano funerário está em vigor pode trazer tranquilidade para os membros da família, que não precisarão se preocupar com todos os detalhes e despesas relacionados ao funeral. “Eles poderão se concentrar no luto e nas homenagens que honrarão toda a história de vida da pessoa falecida”, explica.

No entanto, alerta que é importante pesquisar bem e escolher um plano funerário confiável e adequado às suas necessidades específicas. Além disso, o plano precisa estar regulamentado de acordo com a Lei 13.261, que trata sobre a normatização, a fiscalização e a comercialização de planos de intermediação de benefícios, assessoria e prestação de serviço funerário, e seja certificado pelo poder público.

Para contratar um plano funerário é preciso primeiramente, encontrar uma funerária de confiança, e a partir disso, esclarecer todos os benefícios junto ao responsável pelo contrato. Existem diferentes planos e o valor varia de acordo com a escola do assinante.

Planos funerários como Tabu

Por muito tempo, falar sobre planos funerários foi um tabu na sociedade e embora a contratação desses serviços tenha se tornado mais comum e aceita em várias classes da sociedades, ainda existe uma certa resistência em torno desse assunto por parte de algumas pessoas.

Para Wanderley Rodrigues, uma das razões para isso é o próprio tabu em torno da morte. “A morte é um assunto sensível e, ainda é considerada um tema delicado para ser discutido abertamente. Algumas pessoas podem evitar falar sobre planos funerários porque isso as lembra de sua própria mortalidade ou a de seus entes queridos, o que pode ser desconfortável ou angustiante”, reflete.

Ele destaca também que outras pessoas têm superstições e crenças, onde acreditam que falar sobre a morte pode atrair azar ou influenciar o destino, o que segundo ele, não é verdade. “Há aquelas pessoas que faltam preparo emocional, discutir planos funerários implica encarar a realidade da morte, o que pode ser um desafio emocional para muitas pessoas”. O medo do desconhecido e a falta de informação e conscientização, contribui bastante também para a perpetuação desse tabu. “A falta de informações claras sobre as opções disponíveis e como o planejamento antecipado pode ser útil pode levar ao tabu”, explica.

Dessa forma, o presidente acredita que a conscientização sobre os benefícios e vantagens do planejamento antecipado, bem como promover uma conversa mais aberta sobre a morte e a preparação para esse momento inevitável, pode tornar a sociedade mais consciente sobre a importância do planejamento antecipado.

Serviço Público

Para aqueles que não têm condições financeiras para contratar um plano, a prefeitura de Goiânia oferece atendimento 24h na Central de Óbito para liberação de corpos e transporte pelas funerárias. A unidade também disponibiliza a efetivação da assistência funeral para famílias em situação de vulnerabilidade social.

O apoio consiste no serviço funerário e sepultamento totalmente gratuitos para essas famílias. Ele refere-se à modalidade de prestação de bens e serviços, por meio da isenção de taxas públicas.

Além disso, a assistência funeral gratuita inclui o fornecimento de urna simples, limpeza do corpo, flores para a urna, remoção para velório/sepultamento, velório com paramentação simples e sepultamento em cemitério público municipal.

No caso de indigentes, a assistência permite o fornecimento de mortalha, urna simples e sepultamento em cemitério público. Para os casos que envolvem crianças menores de um ano, o auxílio fornece todos os serviços gratuitos e um conjunto de roupas simples.

De acordo com a prefeitura, de janeiro de 2021 a maio de 2023, foram efetuados 11.403 sepultamentos nos cemitérios públicos da capital. Desse número, 1.812 são de pessoas em situação de vulnerabilidade, que se enquadram no atendimento pela assistência funeral.

Ao todo, a capital do estado, Goiânia, possui quatro cemitérios municipais, e em todos eles, a prefeitura coloca equipes à disposição para orientação e apoio aos visitantes.

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