Baixa umidade do ar requer atenção à saúde

Período sem chuva favorece complicações alérgicas e respiratórias. Evitar exposição solar e promover a umidificação do ambiente são algumas das ações recomendáveis

Postado em: 25-07-2018 às 20h05
Por: Guilherme Araújo
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Período sem chuva favorece complicações alérgicas e respiratórias. Evitar exposição solar e promover a umidificação do ambiente são algumas das ações recomendáveis

Entre os problemas decorrentes da baixa umidade do ar estão complicações alérgicas e respiratórias devido ao ressecamento de mucosas, sangramento pelo nariz e outros. (Foto: Reprodução Internet)

Da Redação

O inverno no Centro-Oeste tradicionalmente vem acompanhado de baixos índices de umidade do ar, demandando atenção à saúde. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a tendência nesse período é que os valores diários possam ficar abaixo de 30%, com picos mínimos inferiores a 20%, porcentual distante do considerado ideal pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de umidade do ar entre 50% e 80%.

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Entre os problemas decorrentes da baixa umidade do ar estão complicações alérgicas e respiratórias devido ao ressecamento de mucosas, sangramento pelo nariz, ressecamento da pele e irritação dos olhos. No caso do desconforto nasal, é comum a busca pelo umidificador nasal, a base de cloreto de sódio, por adultos e crianças para fazer a hidratação das vias respiratórias.

Apenas na rede de drogarias Santa Marta as vendas de umidificadores nasais aumentaram em torno de 20% entre junho e outubro do ano passado na comparação com igual período de 2016. Além disso, segundo o farmacêutico Marcos Vinícius Almeida e Silva, a busca por medicamentos para casos de complicações alérgicas e respiratórias crescem cerca de 30% nesse período de baixa umidade.

As vendas de umidificadores, por sua vez, chegam a quintuplicar nos meses mais secos. Ano passado, por exemplo, foram comercializadas mais de 1.100 unidades em agosto apenas na rede Santa Marta, enquanto em junho foram 203 unidades. O farmacêutico da Santa Marta Marcos Vinícius explica, porém, que apesar da utilização do aparelho ser recomendada em ambientes com umidade abaixo de 40%, é importante ter cuidados em seu uso.

O farmacêutico informa não ser recomendado deixar o umidificador 24 horas ligado, evitando, inclusive, deixá-lo em funcionamento durante o período integral do sono. “O ideal é ligá-lo duas horas antes e, os que possuírem timer, programá-los para até mais duas horas após dormir. Os que não tiverem essa opção de programação, devem ser ligados quatro horas antes e serem desligados na hora de dormir”. Isso porque, de acordo com ele, em excesso a umidificação pode contribuir para aumentar a proliferação de fungos e bactérias. “Tem que ter equilíbrio. Quando sentir maior conforto na respiração, duas horas depois já pode desligar o umidificador”.

Marcos Vinícius cita ainda que o umidificador deve ser posicionado longe de locais que retêm umidade, a exemplo de cortinas e cama. Segundo o farmacêutico, também é aconselhável a limpeza do aparelho pelo menos duas vezes ao mês, quando utilizado diariamente. Ele destaca que pessoas com alergias respiratórias precisam ter cuidado no uso de umidificadores. “Devem utilizar se tiver recomendação médica, porque se exagerar na utilização pode aumentar em excesso a umidade do ar e favorecer a proliferação de mofo, fungos e bactérias”.

Níveis de danos

Os níveis de possíveis danos causados à saúde em função da baixa umidade consta em publicação do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura da Universidade Estadual de Campinas (Cepagri /Unicamp), assinada pelos pesquisadores Hilton Pinto, Jurandir Zullo Júnior e Ana Maria de Ávila.

Segundo a publicação do Cepagri, com a umidade entre 20 e 30%, já se considera estado de atenção e a recomendação é evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11 e 15 horas e a umidificar o ambiente através de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água, molhamento de jardins entre outras. Além disso, é indicado, sempre que possível, permanecer em locais protegidos do sol, e o consumo de água.

No estado de alerta, com umidade entre 12 a 20%, amplia-se o horário em que os exercícios físicos e trabalhos ao ar livre devem ser evitados, passa a ser de 10 a 16 horas. Acrescenta-se ainda às recomendações, o uso de soro fisiológico para olhos e narinas e que se evite aglomerações em ambientes fechados. A umidade do ar abaixo de 12% é apontada como estado de emergência. 

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