Comércio de Goiás terá o melhor 2° semestre desde a pandemia, aponta Fecomércio

Redução da taxa básica de juros, inflação sob controle e queda na cotação do dólar vão estimular consumo, especialmente no último bimestre, prevê federação

Postado em: 10-08-2023 às 08h30
Por: Alexandre Paes
Imagem Ilustrando a Notícia: Comércio de Goiás terá o melhor 2° semestre desde a pandemia, aponta Fecomércio
"É a volta completa à normalidade", afirma presidente da entidade, Marcelo Baiocchi | Foto: Alexandre Paes

As vendas do comércio goiano terão em 2023 o melhor segundo semestre desde o início da pandemia de covid-19, é o que aponta uma projeção feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Goiás (Fecomércio-GO), considerando o desempenho da economia nos últimos doze meses. A inflação sob controle, potencial de consumo em alta e mercado local aquecido, com crédito mais abundante e mais barato aumentam a confiança na economia e levarão as famílias às compras, afirma a entidade.

“É a volta à completa normalidade, a página da pandemia definitivamente está virada”, afirmou o presidente da Fecomércio-GO, Marcelo Baiocchi, que apresentou os números em coletiva de imprensa na quarta-feira (9), na sede da federação. “Podemos dizer que o fim da recomposição das perdas, após três longos anos de esforços das empresas e seus colaboradores para dar a volta por cima e retomar o crescimento sustentado”, diz Baiocchi.

Com o endividamento das famílias também em queda, no cenário nacional, cerca de 71% dos brasileiros devem gastar mais. Os destaques são para os setores de alimentação, com 66%, produtos e serviços de saúde com 39,8% e compra de eletrodomésticos com 34,9%.

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Segundo o presidente da Fecomércio-GO, os efeitos da expansão do consumo já serão sentidos em função do Dia dos Pais, no próximo domingo (12), mas serão mais acentuados nas datas comemorativas subsequentes como o Dia da Criança, Black Friday e Natal. “As projeções mostram que a expansão do consumo será crescente, com 2023 se encerrando com belos resultados em todos os setores”, afirma.

O consultor de economia da Fecomércio Goiás, Bruno Ribeiro, afirma que o poder de compra crescerá ao longo do segundo semestre deste ano como decorrência da redução gradual da taxa básica de juros. “Com isso, o crédito vai ficar duplamente mais atrativo: será mais abundante e mais barato”, afirma, acrescentando que “o cenário de inflação benigna, com redução acima das expectativas e sem inibição do consumo” é o segundo ingrediente mais importante para a expansão das vendas do comércio.

Segundo o economista, esse será o melhor semestre pós pandemia, com o mercado aquecido, crédito abundante, geração de empregos e valorização do dinheiro. Outro fator é que Goiás está acima do crescimento da economia nacional, registando o maior PIB em 20 anos, e sendo o estado com a 5ª maior geração de empregos do país. A queda na cotação do dólar também vai incentivar o consumo, afirma Bruno Ribeiro.

“Os bens de consumo duráveis tendem a ficar mais baratos, já que os componentes importados por nossa indústria para a montagem de televisores, geladeiras, celulares, veículos, entre tantos outros itens, se tornam mais baratos em razão da valorização do real frente à moeda norte-americana”, explica o consultor de economia. Marcelo Baiocchi afirma ainda que, com crescimento e geração de empregos acima da média nacional, a economia estadual dará um impulso a mais as vendas. 

“Goiás fez o dever de casa no enfrentamento da pandemia, com a adoção dos cuidados e protocolos sanitários e vacinou sua população. Empresários, trabalhadores e os governos do estado e dos municípios deram as mãos para preservar empresas e empregos e, a partir de agora, os resultados vêm em abundância, como resultado de novos negócios, mais postos de trabalho e mais renda”, afirma Marcelo Baiocchi.

Dia dos Pais

Conforme estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que o volume nacional de vendas para o Dia dos Pais de 2023 deverá alcançar R$ 7,67 bilhões. O valor representa alta de 2,2% em relação à mesma data de 2022. 

Segundo a CNC, presidida por José Roberto Tadros, o avanço nas vendas também deverá refletir-se nas contratações de trabalhadores temporários. São esperadas 10,38 mil vagas temporárias para atender à demanda sazonal das vendas, projeta a confederação. Se confirmado, este seria o maior contingente de trabalhadores temporários contratados nos últimos nove anos.

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