Amamentação pode livrar bebês de diabetes e mães de câncer no ovário

No Agosto Dourado, como é chamado o mês de atenção ao aleitamento materno, a amamentação é tema que informa para prevenção tanto para mães quanto para bebês

Postado em: 11-08-2023 às 08h00
Por: Ronilma Pinheiro
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Josélia Nascimento, de 30 anos, é mãe do Asafe, de 1 ano e 8 meses | Foto: Arquivo Pessoal

O leite materno é padrão ouro, ou seja, essencial para o bebê devido às suas características nutritivas. Pelo menos é o que recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS), Unicef e Sociedades Internacionais. Além disso, é o único alimento para o bebê até o seis mês de vida e depois passa a ser alimentação complementar até os dois anos.

Para a coordenadora do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade Goiana de Pediatria (SGP), Simone Ramos, a amamentação adequada pode prevenir a criança de doenças como a obesidade, diabetes tipo um e dois e, ainda, diminuir a incidência de doenças que geram diarréias, respiratórias e a mortalidade infantil até os cinco anos. Além disso, diz ela, o aleitamento materno  ajuda no desenvolvimento orofacial, melhorando problemas na mastigação e de respiradores bucais.

Além dos benefícios que o aleitamento materno traz para o bebê, há  também inúmeros benefícios à saúde da mãe. “Diminuição da incidência de câncer de ovário, útero e mama, diminui a incidência de depressão pós-parto, melhora conexão com bebê, entre outros”, destaca  a coordenadora em entrevista ao jornal O Hoje. 

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No entanto, se por um lado o leite materno gera consequências positivas para o bebê, por outro, a utilização de substitutos dele, como fórmulas ou leite de animais, por exemplo, podem trazer riscos para esses pequenos. “Além de economicamente serem caras, não são prontas para uso , podem levar a contaminação alimentar  e aumentar índice de doenças diarréicas, alergias alimentares dentre outros tantos prejuízos ao bebê”, alerta.

A especialista ressalta ainda que a amamentação frequente faz com que a mãe produza mais leite. “Quanto mais o bebê mama, mais leite é produzido. Sabemos que a mama é uma fábrica de produção no momento que o bebê mama, e quanto mais ele estimular através da sucção , mais leite será produzido”, finaliza.

“Afeto”

Josélia Nascimento, de 30 anos, é mãe do Asafe, de 1 ano e 8 meses de idade. Preocupada com a saúde do bebê, a mãe sempre busca seguir as recomendações do pediatra desde o nascimento da criança. Durante os seis primeiros meses de vida do bebê, ela o alimentou exclusivamente com o leite materno, como é recomendado pelos especialistas. “Somente a amamentação até o sexto mês de idade, e isso não envolvia chá, água, nada disso, somente leite materno”, pontua a mãe.

Para Josélia, o momento da amamentação é muito importante, pois favorece a comunicação entre mãe e bebê. “Por meio do contato corporal, como a troca de olhares, as carícias, a mãe e o filho se conhecem melhor e começam a criar vínculos. É nesse momento que o afeto é  desenvolvido”, reflete.

Ela planeja amamentar o filho até os dois anos de idade, que é o recomendado pelos especialistas, mas conta que já iniciou a introdução alimentar. “A partir do sexto mês comecei a introduzir frutas, legumes, verduras e carne. Fui introduzindo os alimentos aos poucos”, explica.

Agosto Dourado e Direitos Trabalhistas

O mês de Agosto é conhecido como “Agosto dourado”, e nesse período do ano, a importância do aleitamento materno é enfatizada. O mês é voltado ao incentivo à amamentação e resulta da comemoração da Semana Mundial de Aleitamento Materno, que teve início em 1990 durante um encontro da Organização Mundial de Saúde (OMS) com o Unicef, momento em que foi gerado um documento conhecido como “Declaração de Innocenti”.

Dessa forma, são promovidas ações para conscientização sobre as leis que protegem o retorno ao trabalho e a manutenção do Aleitamento depois do período de licença maternidade que dura 6 meses, criando, inclusive, um espaço no ambiente de trabalho.

Por meio da Lei nº 13.435/2017, o Mês de Agosto foi instituído como o “Mês do Aleitamento Materno”, como forma de incentivar a amamentação e reforçar a sua importância para a saúde do bebê. No entanto, essas mães que ainda amamentam e precisam retornar ao trabalho, por exemplo, precisam conhecer os seus direitos para que possam reivindicá-los, caso sejam omitidos.

Conforme a advogada especialista em direitos trabalhistas Ellen Núria essas concessões estão previstas pela legislação trabalhista e de acordo com o artigo 396 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), após o retorno da licença maternidade, de 120 dias, a mulher terá direito a dois descansos especiais de meia hora cada,  durante a jornada de trabalho, um deles, com a finalidade de amamentar o bebê. Os horários de descanso podem ser definidos em acordo entre empregador e empregada, de forma individual. Esse procedimento deve ocorrer até que o recém-nascido complete seis meses de vida.

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