OMS pede urgência para ampliar testes e acesso a tratamento

Os números mostram que os tipos B e C da doença afetam 325 milhões de pessoas. Se não forem tratadas, as infecções podem provocar câncer de fígado e cirrose

Postado em: 28-07-2018 às 14h30
Por: Márcio Souza
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Os números mostram que os tipos B e C da doença afetam 325 milhões de pessoas. Se não forem tratadas, as infecções podem provocar câncer de fígado e cirrose

Dia Mundial na luta contra a Hepatite

No Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, lembrado
hoje (28), a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para a necessidade de
ampliar a testagem e o acesso ao tratamento contra a doença. De acordo com os
dados mais recentes da entidade, em todo o mundo, menos de 20% das pessoas
tinham acesso à testagem e a serviços de saúde específicos para hepatites em
2016.

Os números da OMS mostram que as hepatites B e C afetam 325
milhões de pessoas. Se não forem tratadas, as infecções podem provocar câncer
de fígado e cirrose que, juntos, causaram mais de 1,3 milhão de mortes em 2015.
“Precisamos acelerar o progresso para alcançar nossa meta de eliminar a
hepatite até 2030”, disse em nota o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom
Ghebreyesus.

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Um dos países mais atingidos pela hepatite é a Mongólia,
onde mais de 10% dos 3 milhões de habitantes vivem com infecção crônica
provocada pelo vírus. Em 2017, o país deu início a um programa que, ao longo do
primeiro ano, testou mais de 350 mil pessoas. Mais de 70% delas foram
diagnosticadas com a doença e passaram a receber tratamento para a infecção. A
meta do governo local é testar 1,8 milhão de pessoas com mais de 15 anos para a
doença.

Brasil

Dados do Ministério da Saúde revelam que o Brasil registrou
40,1 mil novos casos de hepatites virais em 2017. Os casos de hepatite A,
comumente transmitida por água e alimentos contaminados, mais que dobraram
entre homens de 20 a 39 anos. No estado de São Paulo, o número saltou de 155
casos, em 2016, para 1.108 em 2017. O município de São Paulo, em 2017,
notificou 786 casos de hepatite A, dos quais 302 foram atribuídos a transmissão
sexual.

A vacina para hepatite A está disponível no SUS e é
oferecida para crianças a partir de 15 meses a 5 anos de idade incompletos. No
estado de São Paulo, a vacinação também está disponível também para homens que
fazem sexo com homens.

Em relação à hepatite B, o país registrou 14,7 mil casos em
2016 e 13,4 mil em 2017. A transmissão se dá por sangue contaminado, sexo
desprotegido, compartilhamento de objetos perfuro-cortantes e por transmissão
vertical (da mãe para o filho, durante a gestação).

A vacina para hepatite B está disponível no SUS para todas
as pessoas. Em crianças, o esquema é feito em quatro doses, sendo a primeira ao
nascer. Nos adultos que não se vacinaram na infância, são três doses. Em 2017,
foram distribuídas 18 milhões de vacinas para todo o país e atualmente, 31,1
mil pacientes estão em tratamento para a doença.

A hepatite C acomete, principalmente, adultos acima de 40
anos. Foram notificados, desde o final da década de 90, 331,8 mil pessoas com a
doença no país, sendo 24,4 mil casos registrados em 2017. O tratamento com os
antivirais de ação direta, disponível na rede pública desde 2015, apresenta
taxas de curas superiores a 90%. A doença é transmitida por sangue contaminado,
sexo desprotegido e compartilhamento de objetos perfuro-cortantes.

 (Agência Brasil)

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