Sine ainda é destino para busca de emprego

Wender Lopes Souza, 32, foi bem cedo até o Sistema Nacional de Emprego (Sine) em Goiânia para se cadastrar as oportunidades de trabalho disponíveis, já que depois de ser mandado embora, está desempregado a cerca de 3 meses. “Eu estava recebendo o seguro-desemprego, e como no próximo mês encerra minha última parcela, já quero voltar para o mercado, e o Sine ajuda muito. Da última vez foi por meio deles que entrei em uma vaga de auxiliar de serviços gerais”, conta. 

Para Vanessa Rocha Borges, 39, procurar a ajuda do sistema de emprego facilita a divulgação de seu currículo, aumentando as chances de ser chamada para alguma vaga. “Particularmente a gente consegue emprego por indicação ou indo em busca. Acredito que é mais prático vir, cadastrar e continuar mandando currículos por e-mail. Se temos um sistema, é porque funciona, e aumenta as probabilidades de sair do desemprego. Só quero e preciso trabalhar”, argumenta a dona de casa que está desempregada a 8 meses. 

Diferentemente dos demais, o seu Olímpio Costa Silva, 58, já trabalhou de carteira assinada por anos, depois se dedicou a uma barraquinha de doces no seu bairro, e como as condições não estão favoráveis, resolveu voltar para o mercado. “Sei que o mercado opta por pessoas mais jovens, mais experientes, só que eu também posso ter oportunidades. Espero conseguir uma vaga como porteiro, que é algo onde minhas limitações não me atrapalham, e por já ter experiência nessa área, quando trabalhei a 12 anos atrás”, expõe o candidato.

Assim como eles, semanalmente, centenas de pessoas passam pelo atendimento do Sine. Além de disponibilizar oportunidades de emprego, essa unidade qualifica o cidadão para o mercado de trabalho, disponibilizando gratuitamente cursos e orientações do que as empresas precisam do empregado. Segundo o diretor do Sine Goiânia, Erick Ali, mensalmente a unidade realiza três mil cadastros.

“Um dos papéis do Estado, do poder público de forma geral, é sanar os anseios da coletividade. Então, um dos anseios da coletividade é ter uma qualificação, um trabalho digno, que são de suma importância para a busca de uma vida melhor”, destaca. “Para se ter uma ideia, são mais de 500 vagas de emprego já preenchidas em um mês”, ressalta o diretor do Sine.

Em municípios da região metropolitana, ou no interior do estado, a população também conta com um sistema de unificação e encaminhamento para vagas de emprego. Aparecida de Goiânia conta com o Sistema Municipal de Emprego, que mantém a aproximação com o setor produtivo fazendo com que as vagas de trabalho sejam destinadas e atenda os moradores da cidade.

“Quando encaminhamos os cidadãos aparecidenses, consequente estamos empregando e girando a economia local. Para facilitar isso, criamos inclusive uma plataforma (www.trabalho.aparecida.go.gov.com) que se tornou uma ferramenta de fácil acesso, onde disponibilizamos as vagas de trabalho, cursos de qualificação, mentorias, e orientações de como se comportar em uma entrevista de emprego, como montar um currículo atraente etc”, explica o secretário de trabalho do Sime, Jeferson Ferreira. 

Incentivo de qualificação

Erick destacou que o Sine Goiânia sempre oferece cursos profissionalizantes de capacitação, nas modalidades de extensão de cílios, extensão de unha, barbeiro, corte de cabelo, corte e costura, design de barba, garçom e pedreiro. “São várias modalidades de curso que nós temos aqui para oferecer. Além dos cursos a gente oferece vale transporte, refeição e lanche na instituição”, conta.

Segundo Jeferson, Aparecida também tem se preocupado, e tudo isso é importante para intermediação da mão de obra qualificada. “Recentemente a secretária do trabalho lançou o Maior programa de qualificação profissional (Qualifica+ Aparecida), onde serão ofertados mais de 4 mil vagas de cursos, que tem o intuito de qualificar e ingressar no mercado de trabalho”, complemente o secretário.

Lider de empregabilidade 

Com a taxa de desemprego no menor nível desde 2014, algumas cidades têm se sobressaído na criação de novas vagas. Nos locais, com mais de 50 mil habitantes, quatro dos cinco municípios que se destacam na criação de emprego neste ano têm colhido bons resultados por apresentarem atividades ligadas de forma direta ou indireta com o agronegócio – o grande motor de crescimento do País.

Um levantamento realizado pela consultoria LCA mostra que a cidade de Cristalina (GO) é uma das cinco que mais criaram vagas de trabalho no primeiro semestre do ano em relação ao número de habitantes. A influência do agronegócio fica evidente numa análise detalhada do mercado. 87% do saldo das vagas do município vem diretamente da agropecuária, com o cultivo de soja e outras oleaginosas. 

No primeiro semestre de 2023, o País registrou 1,023 milhão de vagas formais de emprego, de acordo com dados do Caged. De forma geral, a economia brasileira ainda tem sido capaz de abrir novos postos de trabalho, apesar dos sinais de arrefecimento e da expectativa de desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB).

Os dados apurados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também têm revelado um cenário bom para o emprego. No trimestre encerrado em junho, a taxa de desocupação foi de 8%, a mais baixa para esse período do ano desde 2014.