80% dos casos de trombose acomete as pernas dos pacientes

Um dos tipos mais comuns de trombose venosa é a chamada trombose venosa profunda (TVP)

Postado em: 17-08-2023 às 08h30
Por: Ronilma Pinheiro
Imagem Ilustrando a Notícia: 80% dos casos de trombose acomete as pernas dos pacientes
Os sintomas da doença variam de acordo com o local onde ela ocorre | Foto: Reprodução/ Internet

A trombose é uma condição que ocorre quando um coágulo se forma no sistema circulatório, impedindo o fluxo sanguíneo. Esse coágulo pode se formar nas artérias, que levam o sangue oxigenado para todas as partes do corpo, ou nas veias, que trazem o sangue de volta, fazendo com que receba uma nova “carga” de oxigênio e volte a circular pelas artérias.

Um dos tipos mais comuns de trombose venosa é a chamada trombose venosa profunda (TVP). Ela acontece quando ocorre a coagulação do sangue dentro de uma veia profunda, causando uma obstrução e impedindo a sua passagem, é o que afirma o cirurgião vascular, Thiago Peres Alves.

De acordo com o médico, é comum confundir a trombose venosa com a trombose arterial. No entanto, enquanto a trombose venosa ocorre pela coagulação do sangue a trombose arterial é acometida pela obstrução de uma artéria que pode se dar por diversas causas como placas de gordura, arritmia ou inflamação da parede das artérias.

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Os sintomas da doença variam de acordo com o local onde ela ocorre e apesar de aproximadamente em 80% dos casos as pernas serem acometidas, pode atacar qualquer veia do corpo. Segundo o cirurgião, para se proteger da doença e de suas complicações, é importante entender suas causas e estar atento aos primeiros sinais. 

Dentre os principais sintomas que um paciente com TVP pode apresentar, estão: dor, inchaço, vermelhidão e aumento de temperatura no membro acometido. Além disso, pode apresentar uma sensação de empastamento na panturrilha da perna, afirma o especialista.

“A principal e mais temida complicação da TVP é a embolia pulmonar (TEP) que corre quando esse coágulo localizado em uma das veias das pernas se solta e se aloja em uma das artérias do pulmão, obstruindo o fluxo de sangue”, explica Thiago. 

O surgimento da doença se dá por inúmeros fatores, dentre eles estão: “idade avançada, varizes visíveis nas pernas, predisposição genética, pós-operatório de cirurgias longas e ortopédicas, obesidade, traumas, câncer e uso de hormônios”, detalha o cirurgião.

O diagnóstico é feito por meio de exames e a recomendação médica é que é sempre importante realizar um ultrassom com doppler (ultrassom que usa ondas sonoras de alta freqüência para se avaliar a quantidade de fluxo sanguíneo de diferentes partes do corpo através das artérias e vasos sanguíneos) para definir com exatidão a veia acometida. Os tratamentos são feitos na maioria dos casos com uso de medicações anticoagulantes e a duração vai depender da gravidade do quadro.

A aposentada Dorestina Ferreira Neves, de 78 anos, foi diagnosticada há três anos com a doença. Na ocasião, ela sentiu fortes dores na barriga o que a obrigou a procurar o médico. No início, especialistas de dois hospitais em Goiânia pensaram ser apendicite. A idosa chegou a passar por uma cirurgia e só depois foi descoberto que se tratava de um desgaste no quadril.

“Um ortopedista de lá que descobriu que eu precisava colocar uma prótese no quadril e não era o apêndice. Então eu tive que fazer muitos exames”, relata a idosa. Posteriormente, ela foi diagnosticada com a Trombose e partir disso, iniciou os tratamentos com um especialista em  neurologia e também com um angiologista.

Dorestina afirma que foi uma fase difícil da sua vida, mas que, com os tratamentos, teve uma “ótima recuperação”. “Era inchaço nas duas pernas, manchas, mas graças a Deus minhas pernas estão perfeitas, eu não tenho mancha nenhuma”. Atualmente, a idosa está totalmente recuperada da doença. “Eu passei por vários exames para poder ser liberada”, afirma.

Uma maneira de prevenir a doença, é a adoção de hábitos de vida saudáveis, como o controle de peso, evitar uso de hormônios, realizar atividade física, manter o corpo hidratado e adotar as medidas adequadas após a realização de cirurgias, de acordo com o médico.

Dia Mundial da Trombose

O dia 13 de outubro é lembrado como o Dia Mundial da Trombose, que tem como objetivo aumentar a conscientização sobre a trombose entre profissionais da saúde, pacientes e entidades do governo e do terceiro setor.

Em âmbito global, a campanha de comemoração à data é liderada pela Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH, na sigla em inglês) e, no Brasil, por entidades médicas, entre as quais se destaca a Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia (SBTH). Há mais informações no site do Dia Mundial da Trombose e também no site da SBTH.

No entanto, devemos estar em alerta todos os dias para essa alteração patológica que acomete mais de 180 mil pessoas no país todos os anos.

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