Passeio das Águas promove a 22ª edição do evento Adota Pet

Ação reforça a importância do ato da adoção de animais que vivem em situação de rua

Postado em: 19-08-2023 às 07h20
Por: Redação
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Para realizar a adoção de um animal, o interessado precisa passar por uma triagem e, claro, ter interesse em acolher o animal | Foto: Ong Santuário

Os animais de estimação são uma ótima companhia e motivo de alegria entre famílias, crianças, idosos e pessoas que vivem sozinhas. Porém, a prática da adoção de animais em situação de rua ainda é precária. Mais de mil cães e gatos vivem nas ruas de Goiás à mercê da própria sorte.

Pensando nisso, o shopping Passeio das Águas, em parceria com a ONG Santuário, promove neste sábado (19) a ação “Adota Pet’. O evento acontece na entrada da loja Petz e reúne cerca de 50 animais, sendo 35 cães e 25 gatos.

Para realizar a adoção de um animal, o interessado precisa passar por uma triagem e, claro, ter interesse em acolher o animal. Neide Santos, fundadora da ONG Santuário que abriga animais de rua abandonados e maltratados, explica que atualmente a ONG conta com 105 cães e 89 gatos. “Recebemos muitos animais por meio de denúncias da população. A maioria, vítima de maus tratos, abandono ou atropelados.”

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Para ela, houve aumento de animais abandonados depois da pandemia e que isso tem diversas causas, como a perda de emprego de seus tutores, a morte ou até o desinteresse em mantê-los. “O Santuário é um refúgio para esses animais. Eles recebem os primeiros socorros em clínicas parceiras, assim como exames, tratamentos, internações e cirurgias, quando necessário”, afirma.

Uma saída, salienta ela, é a castração, até mesmo se tiverem tutores. Tem muitos casos onde uma família não pode ou não quer ficar com toda a ninhada e o abandonam irresponsavelmente. 

Tipos de violência

De acordo com o  Grupo de Proteção Animal da Delegacia Estadual do Meio Ambiente, existem vários tipos de crimes que são considerados maus-tratos, como por exemplo: manter os pets em lugares anti-higiênicos ou em locais que impeçam sua respiração, movimento ou descanso. Deixar o cão ou gato exposto ao sol por longos períodos de tempo, ou, ao contrário, sem qualquer tipo de iluminação. Obrigar o pet a trabalhos excessivos, inclusive em competições que possam causar pânico, estresse ou esforço. Golpear, mutilar ou ferir voluntariamente qualquer órgão do pet.

BOAS AÇÕES

Genilson Feitosa de Oliveira tem 59 cães, todos resgatados da rua que hoje vive na chácara com ele. “Tenho um grande amor por animais desde criança. Sempre que vejo eles passando fome, sede e sem lugar para dormir, eu faço o resgate, levo ao veterinário e depois para a chácara, onde cuido, dou comida e amor, algo que na rua eles não tem”.

Genilson já adotou vários cachorros “resgatei desde cães idosos, doentes e cegos. Faço isso por amor e para oferecer proteção para esses bichos que são indefesos.” 

Outra amante dos animais é a jornalista Simonny Santos. Ela conta que desde criança sempre sentiu a necessidade de ofertar alimento e água para cachorros de rua. “Lembro que além de ter 10 pinschers no meu quintal, eu alimentava dois que viviam na rua da minha casa, mas com o tempo fui intensificando a atenção e os cuidados”, conta ela, que reclama da falta de recursos financeiros. 

Um dos casos mais impactantes para Simonny, foi a cachorrinha Flora. “Ela foi colocada para fora de casa, mas não saiu da porta e fazia “festa” sempre que via seus supostos tutores. Com o tempo, ela ficou muito triste, desnutrida, passava parte do tempo deitada, e até debaixo de chuva ficava na porta esperando entrar, o que nunca aconteceu. Eu contei a história nas redes sociais até que encontrei uma família disposta a adotá-la. E hoje ela está completamente diferente: feliz, saudável, no peso adequado.”

Embora maus tratos e abandono sejam crimes, ainda acontece muito pela falta de sensibilidade das pessoas e de fiscalização dos órgãos competentes, devido a falta de estrutura e de pessoal, ressalta. “O meu desejo enquanto alguém que ama animais é que as políticas públicas evoluam no cuidado de bem-estar aos animais de rua. O caminho para isso é castração, posteriormente adoção. Já evoluímos muito em várias cidades goianas, mas ainda há um longo caminho para isso.” finaliza.

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