Fotógrafos aproveitam arquitetura e arborização de Goiânia para registros

Fotografia amadora e profissional revelam a essência de Goiânia no dia mundial da fotografia, lembrado em a 18 de agosto

Postado em: 19-08-2023 às 08h40
Por: Tathyane Melo
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Fotógrafos aproveitam arquitetura e arborização de Goiânia para registros | Foto: iStock

Neste sábado, 19 de agosto, os amantes da arte de capturar momentos podem comemorar o Dia Mundial da Fotografia. Esta data celebra não apenas a invenção da fotografia, mas também a forma como essa tecnologia revolucionou a maneira como vemos o mundo, comunicamos ideias e preservamos memórias. 

No cenário diversificado da fotografia, Goiânia se destaca como um berço de talentos, onde a paixão pela arte de capturar momentos transcende as lentes das câmeras e se transforma em histórias e expressões únicas. Nesta celebração do Dia Mundial da Fotografia, exploramos a visão de três fotógrafos goianos que representam diferentes facetas desse universo criativo. 

A fotografia, uma das inovações mais influentes da história visual, foi introduzida pela primeira vez em 1826 pelo francês Joseph Niépce. Com o tempo, a fotografia se estabeleceu como uma forma de expressão artística, um meio de documentação histórica e uma maneira de capturar a beleza do mundo ao nosso redor.

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A decisão de comemorar o Dia Mundial da Fotografia em 19 de agosto é baseada na apresentação da técnica do daguerreótipo à Academia Francesa de Ciências, ocorrida em 19 de agosto de 1839. Essa data marcou um marco fundamental na evolução da fotografia e abriu caminho para a disseminação global dessa arte inovadora.

A reportagem do jornal O Hoje conversou com aqueles que, munidos com uma câmera, fazem do equipamento uma forma de, além de registro, contar histórias: Wesley Menezes, Dissionina Pimenta de Souza Naves (conhecida como Nina Pimenta) e André Almeida Nunes compartilham suas perspectivas sobre a fotografia e como ela moldou suas vidas. 

Wesley Menezes: A jornada de um fotógrafo amador

Foto: Wesley Menezes/Reprodução

No coração de Goiânia, Wesley Menezes, um jovem de 27 anos apaixonado pela fotografia, descobre um mundo de possibilidades através da lente de sua câmera. Desde suas primeiras experiências na adolescência, Wesley tem explorado a fotografia como uma forma de expressão pessoal e de capturar momentos inesquecíveis. Com uma abordagem autêntica e curiosa, ele transforma cenas cotidianas em obras visuais que ressoam com quem as contempla.

Mineiro da cidade Coronel Fabriciano, Wesley Menezes é um fotógrafo multifacetado em Goiânia. Desde os 14 anos, esteve imerso no mundo da fotografia, influenciado pelos registros familiares feitos por seu pai com uma máquina analógica. Ainda menino recebeu uma câmera digital do pai.

“Tudo o que eu vivi, estudei, sofri, sorri, chorei estão em mim e me orientam para o que será fotografado. As pessoas, suas reações, expressões, tudo o que compõem o ambiente e naquele momento está interagindo com ele é importante. É fundamental conhecer a cidade, andar por aí a pé e ver, perceber, flanar, sem pressa de voltar para casa,” diz ele que usa imagens para contar histórias. 

“Nelson Rodrigues fala que ‘Sem paixão não dá nem pra chupar um picolé’, é preciso gostar do que faz e não ter vergonha. Você pode ser tímido, calado, fazer parte da personalidade, mas não dá pra ter vergonha. Tem que ser cara de pau, pedir licença e entrar no meio das coisa pra fazer registro, deitar no chão, subir na cadeira pra ter um ângulo melhor e estudar sempre: técnicas, edição, história da arte é fundamental para desenvolver um bom olhar fotográfico”, enfatiza Wesley.

André Almeida Nunes: O olhar documental e histórico da cidade

Foto: André Almeida Nunes/Reprodução

André Almeida Nunes, de 45 anos, direciona seu olhar para a cidade de Goiânia como uma tela em constante evolução. Como produtor cultural no Instituto Federal de Goiás (IFG), André combina sua profissão com a paixão pela fotografia, explorando as várias camadas da paisagem urbana, registrando arquitetura em preto e branco. 

“Gosto muito da fotografia de rua e documental, que abrange tanto as paisagens arquitetônicas urbanas, quanto registros de flagrantes cotidianos, das pessoas e da forma com que vivemos na cidade. É uma forma de enxergar o local onde vivemos e registrar a evolução ao longo do tempo. É um gênero que tem importância não somente artística, mas também, histórico-social”, diz.

Como parte do coletivo fotográfico Click Goiânia, André compartilha suas criações, colabora com outros artistas e ajuda a promover exposições coletivas. A busca por evoluir como fotógrafo o levou a explorar vários gêneros fotográficos, incluindo cerimônias formais, eventos acadêmicos e até competições esportivas. Para André, a fotografia é uma forma de enxergar e registrar as mudanças e Goiânia é um local que ele vê isso acontecer de forma inspiradora.

“Goiânia é uma cidade muito fotogênica, apesar de todos os seus problemas. Com o coletivo Click Goiânia, costumamos fazer passeios em várias regiões da cidade, que já geraram algumas exposições. Gosto do centro da cidade porque tem muitos detalhes históricos, aspectos da rotina de quem transita por ali, e vive seu cotidiano, o comércio, os ambulantes, a população de rua, os prédios de arquitetura art déco da cidade”, diz ele.

Outro destino comum do fotógrafo é o bairro de Campinas, onde encontra descobertas do patrimônio histórico e cultural que podem ser feitas por ali. Voltando a Goiânia, ele lembra: “ tem muitos parques e nesta época do ano, por exemplo, os ipês estão muito floridos e rendem fotos muito bonitas”.

Nina Pimenta: A natureza como inspiração

Foto: Nina Pimenta/Reprodução

Dissionina Pimenta de Souza Naves, também conhecida como Nina Pimenta, traz um olhar único para a fotografia, concentrando-se nas belezas naturais e nas nuances da

natureza que cercam Goiânia. Seu interesse pela fotografia começou há mais de trinta anos, influenciado por seu irmão, e foi revitalizado em 2011, como uma forma de superar a perda de sua mãe.

Para Nina, a fotografia é uma expressão emocional que ressoa com a natureza. Seus retratos de pôr do sol, a lua, as flores e as paisagens revelam sua conexão profunda com o ambiente. Ela explora o poder da luz natural, criando fotos vibrantes e cheias de vida que transportam a momentos mágicos.

“O amor e paixão pela fotografia fez com que eu mudasse meu estilo de vida, deixei o sedentarismo de lado, hoje pratico atividades físicas, buscando uma vida saudável e resistência muscular, que contribuem muito para boas fotografias”.

Apesar de começar como um hobby, Nina viu o trabalho ser apreciado e compartilhado nas redes sociais, o que a incentivou a continuar aprimorando as habilidades. Ela ressalta que, para se tornar um bom fotógrafo, é necessário ter técnica, um olhar crítico e a capacidade de capturar imagens com o coração.

A paixão de Nina pela fotografia a levou a se envolver em projetos expositivos e colaborativos, incluindo uma exposição conjunta com outros fotógrafos em um café local. A jornada fotográfica é uma busca constante para expressar sua visão e emoção diante da natureza, compartilhando a beleza que ela encontra ao seu redor.

“Criar uma fotografia começa com antecedência, na preparação do equipamento, pensamos nos elementos que queremos fotografar, as cores, formas, luzes, sombras, perspectivas e finalmente a edição. O fator principal para se fazer uma fotografia é a luz”, explicou Nina, afirmando que é importante observar os ângulos para uma boa foto.

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