Tabagismo pode causar sérios problemas urológicos

A cada ano, cerca de 120 mil mortes são registradas no Brasil em decorrência do fumo, de acordo com o Inca

Postado em: 29-08-2023 às 07h49
Por: Ronilma Pinheiro
Imagem Ilustrando a Notícia: Tabagismo pode causar sérios problemas urológicos
A cada ano, cerca de 120 mil mortes são registradas no Brasil em decorrência do fumo, de acordo com o Inca | Foto: Reprodução

Nesta terça-feira (29) é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. A data foi instituída pela Lei nº 7.488/1.986 e tem como objetivo reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabagismo.

O tabagismo é uma doença, classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a dependência da droga nicotina, presente em qualquer derivado do tabaco, seja cigarro, cigarrilha, charuto, cachimbo, cigarro de palha, fumo de rolo ou narguilé. Segundo a Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde (BVS), após ser absorvida, a nicotina atinge o cérebro entre 7 e 19 segundos, liberando substâncias químicas para a corrente sanguínea que levam a uma sensação de prazer e bem-estar. Essa sensação faz com que os fumantes usem o cigarro várias vezes ao dia e busquem a droga em situações de estresse, para “relaxar”, por exemplo.

Especialistas apontam que o número de substâncias inaladas por quem fuma, chega a ser mais de quatro mil. Enquanto isso, o número de óbitos causados pelo vício é de oito milhões por ano em todo o mundo, segundo a OMS. Desta contagem, cerca de 120 mil mortes são no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). 

Continua após a publicidade

Quando se fala em consequências do tabagismo, logo vem à mente o câncer de pulmão e demais doenças relacionadas aos órgãos do sistema respiratório, uma das causas mais letais desse vício. Mas se engana quem pensa que os prejuízos causados pelo fumo se limitam a isso. Existem outras problemáticas, pouco evidenciadas e que são causadas pelo tabagismo, como os problemas urológicos que vão desde problemas na bexiga até câncer nos rins, segundo os especialistas.

A pessoa que fuma, tem cerca dez vezes mais chances de ter câncer de bexiga ou nos rins, por exemplo. “Quando a gente fala de Rim, estamos falando de mecanismo de passagem do produto químico presente no tabaco, eles são filtrados pelos rins e vão para a bexiga. Então as chances de ter câncer de rim também aumentam, como em outros cânceres, como é o caso do câncer de bexiga”, explica a oncologista clínica do Centro de Oncologia do IHG, Raymara de Castro.

Popularização dos cigarros eletrônicos

O número de fumantes teve uma queda de 51,1% para 46,6%, pelo menos é o que mostram os dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2019), divulgados em 2021 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o apoio do Ministério da Saúde. No entanto, no Brasil, o número de consumidores dessas substâncias ainda preocupa as autoridades da saúde. 

Além disso, nos últimos anos os cigarros eletrônicos, mais conhecidos como vapes, têm se popularizado, principalmente entre o público jovem, como uma possível alternativa menos prejudicial do que o fumo convencional. Contrariando esta perspectiva, estudos e pesquisas mostram que o uso de cigarros eletrônicos pode acarretar riscos significativos para a saúde pulmonar, incluindo o potencial surgimento de câncer de pulmão.

O médico oncologista torácico Frederico Monteiro do Cebrom Oncoclínicas alerta que o cigarro eletrônico vicia mais rápido do que o fumo convencional, haja vista que há uma maior concentração da nicotina e a forma de vaporização faz com que ela chegue mais rapidamente à corrente sanguínea.

“Ao consumir esse produto, o indivíduo inala também, além da nicotina, metais pesados, nitrosamina, composto químico cancerígeno, flavorizantes e ácidos graxos”, detalha o especialista. Ele explica ainda que estudos com os usuários de vape indicaram a evolução de lesão aguda no pulmão, com destruição pulmonar e, em alguns casos, os pacientes tiveram perda da função pulmonar, com necessidade de transplante do órgão.

Veja Também