Aeroporto Santa Genoveva completa 68 anos de histórias de despedidas, encontros e reencontros

Desde que foi inaugurado, aeroporto, erguido em lugar estratégico da capital, tem sido transformado para se encontrar com o mais moderno

Postado em: 05-09-2023 às 08h00
Por: Redação
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Aeroporto Internacional Santa Genoveva evoluiu nas últimas décadas para adaptar-se ao crescimento de Goiânia | Foto: Leandro Braz

Tathyane Melo e Alexandre Paes

5 de setembro de 1955. Goiânia praticamente engatinhava como a capital mais jovem do País quando o médico e pecuarista Altamiro de Moura Pacheco doou uma vantajosa área à construção de um aeroporto. E exigiu: que fosse colocado o nome de Santa Genoveva, em homenagem à sua mãe. 

Completados 68 anos neste dia 5, o aeroporto ganhou status de Aeroporto Internacional de Goiânia depois de ter sido renovado. Ou praticamente colado abaixo para se adequar às mudanças das últimas décadas para atender a cidade com a maior economia do Estado, eixo central de uma Região Metropolitana que concentra 20 municípios e a maior densidade populacional de Goiás.

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O início das operações na década de 1950 foi marcado por uma infraestrutura básica, que tinha uma pista de pouso em terra de 1.500m por 30m e uma modesta estação de passageiros. 

A partir de 1974, o aeroporto foi transferido para a Infraero, atendendo à exigência de uma portaria. No mesmo ano houve as primeiras obras feitas pela estatal no aeroporto, a mais importante foi a recuperação da pista de pouso. Na época um dos incrementos foi a pista de pouso, que hoje, conta com 2500m de comprimento por 45m de largura. Com o tempo o terminal de passageiros também foi ampliado, e o espaço recebeu novas melhorias em 1981, em 1994, em 2000 e em 2011, com a instalação de uma nova sala de embarque.

Já em maio de 2016, entrou em operação o novo terminal de passageiros, com nova tecnologia em suas instalações e mais conforto para usuários e passageiros, numa área total 34,1 mil m², e capacidade para processar 6,3 milhões de passageiros por ano. Em 2015, foram registrados 3,31 milhões de embarques e desembarques, além de 65 mil pousos e decolagens. De Goiânia partem voos para Brasília (DF), Confins (MG), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Guarulhos (SP), Campinas (SP), Palmas (TO), Porto Seguro (BA), Recife (PE), Ribeirão Preto (SP) e Uberlândia (MG).

Desde 2016, o novo terminal de passageiros da aviação comercial em Goiânia conta com uma infraestrutura que atende a capital do estado com 128 voos, entre partidas e chegadas, além de ligar a cidade a outros 13 estados. 

No pátio de aeronaves, existem um total de dez posições de estacionamento disponíveis, das quais quatro estão localizadas em pontes de embarque. Além disso, há 12 portões de acesso destinados aos passageiros que chegam ou partem da capital. Os viajantes têm à disposição uma ampla praça de alimentação, bem como elevadores e escadas rolantes para facilitar o deslocamento. Adicionalmente, os usuários podem usufruir de comodidades como uma nova rede de internet sem fio, 568 pontos de energia para a carga de dispositivos eletroeletrônicos e um diversificado conjunto de estabelecimentos comerciais.

No saguão, histórias de pessoas chegam ou vão

O Aeroporto Santa Genoveva de Goiânia, palco de despedidas e reencontros, revela-se um cenário onde a casualidade se depara com as emoções genuínas de pessoas de diferentes lugares e vivências. Entre as narrativas que emergem das entrevistas no terminal, destacam-se a emocionante amizade entre Carmen Valéria e Aparecida Carneiro, a breve passagem de Mônica Bandeira, e a expectativa da espera pela mãe de Eliana.

Carmem Valéria e Aparecida Carneiro são protagonistas de uma amizade que atravessou fronteiras. Carmem, que reside nos Estados Unidos, e Aparecida, no Brasil, procuram se reencontrar com frequência, em um revezamento de viagens para poderem matar a saudade, mas Carmem conta que já chegou a ficar mais de duas décadas sem vir fazer uma visita para sua amiga. “Eu comecei a vir com frequência há cerca de dois anos, mas tinha 21 anos que eu não voltava para a cidade de Goiânia. É emocionante, né? Podem se passar três meses, quatro meses e sempre me emociono quando revejo minha comadre”.

O Aeroporto de Goiânia tornou-se um ponto de encontro, onde a alegria do reencontro contrasta com a distância que as separa. Carmen conta com os olhos já carregados de emoção ao abraçar sua amiga a importância dos anos compartilhados nessa amizade que construíram.

Juntas e abraçadas em um aeroporto que carrega a história de muitas vivências, Aparecida descreve a emoção do reencontro como “muito emocionante” e enfatiza que estão “sempre bem unidas”, seja fisicamente ou através das palavras diárias trocadas virtualmente: “Minha presença aqui é indispensável. Sempre faço questão de recebê-la aqui porque ela é muito especial tanto para mim quanto para toda a minha família”.

Mônica Bandeira, que desfrutou de uma breve passagem por Goiânia, compartilhou, no saguão do aeroporto, as impressões sobre o estado de Goiás, destacando os pontos turísticos, como as cachoeiras. Queria, no entanto, ter tido mais tranquilidade em uma área que não fosse o burburinho de participantes de Rally em Pirenópolis. Mas dessa vez Mônica estava na cidade para comemorar o aniversário de um amigo e aproveitar a estadia goiana durante um fim de semana. Ela quer voltar. E, por enquanto, parte para sua próxima aventura, expressa seu agradecimento pela viagem e ressalta que vai levar com ela um pouquinho de Goiânia, com uma boa farinha para acompanhá-la de volta à sua cidade, Recife.

A espera também é parte integrante das histórias que se desenrolam no Aeroporto de Goiânia. Eliana, junto com seus filhos, espera ansiosamente pela chegada de sua mãe, vinda de Mato Grosso. Com um sorriso, Eliana compartilha que sua mãe passará “um tempinho com a família” e revela a expectativa que acompanha esses reencontros regulares.

Essas histórias de amizade, viagem e espera capturadas no Aeroporto de Goiânia nos lembram que, em meio à agitação do cotidiano, momentos de conexão e afeto podem ser encontrados nos lugares mais inesperados. O aeroporto, por sua vez, serve como palco para essas narrativas que nos lembram dos laços humanos e das emoções genuínas que eles trazem. Enquanto os voos decolam e pousam, as histórias continuam a se desenrolar, revelando a riqueza da experiência humana em trânsito.

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