29ª edição do Grito dos Excluídos acontece em Goiânia, no 7 de setembro
O ato conta com a participação de várias entidades dos movimentos populares e sindicais
Por: Luan Monteiro
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A tradicional manifestação popular demoninada “Grito dos Excluídos” acontece nesta quinta-feira (7/9) no Setor Sollar Ville, em Goiânia. A 29ª edição do ato é realizada por manifestantes de esquerda e conta com a participação de várias entidades dos movimentos populares e sindicais.
Em 2022, os movimentos saíram às ruas questionando “Independência para quem?”, em alusão aos 200 anos da Independência do Brasil. Em 2023, o lema do ato é “Você tem fome e sede de quê”?.
O objetivo da manifestação é propor uma reflexão sobre as principais demandas das populações mais vulneráveis e giram em torno de pautas prioritárias para a sociedade.
Mas a fome e a sede a que se refere o lema vai além. “O grito quer provocar um olhar à fome que hoje está nas comunidades, nos bairros, no campo, nas cidades. É a fome de comida sim, do arroz, do feijão, sobre a necessária segurança alimentar do país, com alimentos de qualidade, produzidos pela nossa agricultura familiar”, explica Rosilene Wansetto, da coordenação nacional do Grito dos Excluídos e Excluídas.
“Entra o debate de quais outras fomes e sedes temos. É a fome da reforma agrária, a sede de justiça, de trabalho digno sem a exploração predatória da uberização, sem a precarização da vida ao extremo em que trabalhadores vivem praticamente sem nenhum direito”, continua.
Segundo Rosilene, o Grito tem como direcionamento mazelas estruturais como o racismo, o machismo, o patriarcado e temas que afetam os povos originários.
“É a fome de justiça, de liberdade, de direitos à população negra. O Grito traz a partir de tudo isso a motivação, o incentivo para que possamos esperançar e reconstruir o país, para superar as desigualdades com participação popular, com direitos constituídos, como o direito à terra, à alimentação, à moradia, com distribuição e renda tributação dos mais ricos”, completa.
As manifestações acontecem anualmente, sempre no dia 7 setembro, como contraponto ao Grito da Independência. A ideia é levar para as ruas e praças os gritos silenciados que vêm dos campos, porões e periferias da sociedade.