População goiana enfrenta variação nos preços de verduras, legumes e hortaliças

Os preços dos alimentos básicos pesam no orçamento das famílias, enquanto a irregularidade das chuvas afeta a produção

Postado em: 12-09-2023 às 08h20
Por: Tathyane Melo
Imagem Ilustrando a Notícia: População goiana enfrenta variação nos preços de verduras, legumes e hortaliças
Valores do tomate no supermercado são um exemplo da alta dos preços | Foto: Alexandre Paes/ O Hoje

Em Goiás, os consumidores têm enfrentado uma variação nos preços das verduras, legumes e hortaliças, o que está relacionado com a prévia da inflação oficial do Brasil em agosto que registrou um aumento de 0,28%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) acumulou uma alta de 4,24%, acima dos 3,19% registrados nos 12 meses anteriores. Esse aumento dos preços dos alimentos tem impactado os orçamentos familiares no Brasil e no estado.

“Quando há elevação nos preços de um mês para outro, por exemplo, dizemos que houve elevação da inflação. A elevação dos preços das verduras, legumes e hortaliças influenciam no resultado do IPCA, ou seja, pode contribuir para o aumento da inflação do país, se os demais produtos que compõem o índice também elevarem seus preços no período avaliado. Mas, estes produtos sozinhos não influenciam tanto o IPCA”, explica a economista Adriana Pereira de Sousa.

As chuvas irregulares que têm atingido Goiás têm causado uma série de consequências no estado, incluindo a alteração nos preços de legumes, verduras e hortaliças encontrados no mercado. De acordo com as Centrais de Abastecimento de Goiás (Ceasa), a maioria dos produtos mantém preços estáveis, exceto por algumas exceções, como a abobrinha verde, que atingiu um valor elevado de R$ 130,00 por caixa de 21 kg, e o tomate, oscilando entre R$ 100,00 e R$ 110,00 por caixa de 22 kg.

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Para o gerente da divisão do Ceasa, Josué Lopes Siqueira, os preços estão num patamar acessível e as safras têm influência nos valores. “No segmento das frutas, a banana maçã está com destaque nos preços mais altos, com valor de R$ 105,00 por caixa de 15kg e o limão tahiti por saco com 18kg, esses dois últimos por causa da entre safra. Essa é a cotação dos principais produtos de hoje”, diz.

Segundo Luiz Carlos Ongaratto, Mestre em Economia, há diversos fatores que influenciam os preços dos alimentos, especialmente verduras, legumes e hortaliças. O primeiro fator relevante é a sazonalidade, que está diretamente ligada às estações climáticas. “Se você colocar aí a alteração por conta da sazonalidade, já justifica grande parte dos reajustes, isso é esperado entre uma estação e outra”, diz. 

Cada fruta, legume e verdura tem sua época específica de produção, e quando estão na safra, os preços tendem a ser mais baixos. No entanto, após o término da estação, é comum que ocorra um reajuste nos preços.“Houve também um reajuste, se compararmos historicamente, entre um ano e outro, o preço das hortaliças estava muito barato, então os produtores deixaram de produzir, e aí a gente teve esse reajuste ali para cima, como observado”, explica o economista.

Luiz Ongaratto pontua que o Ceasa desempenha um papel importante na comercialização desses produtos, mas não regula os preços. “Não há uma regulação estabelecida. O que vai acontecer é a questão da concorrência, um vai alinhando o preço com outro, vai vendo o preço de uma fruta, de um legume, conforme os custos de produção e vão colocando seus preços ali e as pessoas vão comprando”, esclarece.

Ele também destaca a questão de hábitos. “Nem todos os países, todas as localidades têm à disposição todos os produtos que a gente tem o ano todo. Então é uma questão que é um fator da estação do ano e o consumidor sente esse reajuste porque ele quer continuar consumindo aquele mesmo produto”.

Para a economista e professora do Curso de Ciências Econômicas da UEG, Adriana Pereira de Sousa, o aumento nos preços das verduras, legumes e hortaliças é um fenômeno recorrente e está diretamente relacionado à irregularidade das chuvas. “Esse período agrava as condições de plantio e manutenção das lavouras, resultando em uma redução na quantidade produzida de verduras, legumes e hortaliças”, diz. 

Adriana Souza finaliza com orientações que possam ajudar os consumidores adotarem estratégias para minimizar o impacto dessas variações: “Uma estratégia de compra é, se quiser preços mais em conta vá sempre no segundo período da feira-livre, por exemplo, no ‘final’ da feira os feirantes costumam baixar os preços para não voltar com o produto para casa, visto que são perecíveis e é melhor vender os “encalhados” por um preço menor do que deixar perder. No supermercado, escolha o dia das promoções e escolha as verduras, legumes ou hortaliças mais em conta no dia. Assim o consumidor consegue consumir os produtos, sem sentir tanto o peso no orçamento”.

Os preços desses produtos essenciais em Goiás estão sendo influenciados pela irregularidade climática, aumento dos combustíveis e características do mercado. A compreensão desses fatores ajuda os consumidores a entenderem as variações nos preços desses alimentos e a adotarem estratégias para fazer escolhas conscientes e econômicas em suas compras.

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