Secretária de Saúde relata aumento de casos de tuberculose em crianças, segundo levantamento

Um dos motivos dados pelo relatório é a baixa cobertura vacinal

Postado em: 12-09-2023 às 10h48
Por: João Victor Reynol de Andrade
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O país possui alto carga de adultos vacinados, para uma contaminação em crianças desprotegidas é mais fácil. Foto: Reprodução

A Secretaria de Saúde do Estado de Goiás (SES), divulgou nesta terça-feira (12/9), um levantamento do Programa Estadual de Controle da Tuberculose, que apontou um aumento de 10 casos de tuberculose entre crianças de 0 a 10, dados coletados entre 2020 e 2022. De acordo com a secretaria, a culpa pode ser por parte da baixa cobertura vacinal de apenas devido a pandemia de covid-19.

Segundo o órgão, dados do ano de 2018 apresentavam uma cobertura de 93,6%, já no ano de 2022 teve uma queda para 79,6%, abaixo do recomendado de pelo menos 95% da população. Para Emílio Alves Miranda, diretor do programa de controle de tuberculose no estado, o país possui alto número de casos em adultos vacinados, para uma contaminação em crianças desprotegidas é mais fácil, e a chance de quadros mais graves é também mais alta.

Para o diretor, estes dez novos casos representam um alerta aos órgãos de vigilância. “A criança tem baixo poder infeccioso, então ela não agrega na cadeia de transmissão. Geralmente, tem um adulto por trás dessa criança, que não foi diagnosticado, não está em tratamento e está transmitindo a tuberculose.” 

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Outra preocupação do diretor são os passos para chegar num diagnóstico da doença em crianças “Diferente dos adultos, o diagnóstico da tuberculose em crianças é bem complexo, porque se pensa em várias outras patologias antes de pensar em tuberculose, o que também é uma preocupação.” 

Leia também: Conheça a história da vacina BCG contra tuberculose

A doença em si

A tuberculose começou a ser mais controlada na sociedade moderna nos anos de 1960, com medicamentos como antibióticos e as vacinas tornarem mais abrangentes e acessíveis, nas décadas seguintes apresentou uma queda em número de casos e de mortes. Contudo, mesmo em 2023 a bactéria mata mais de um milhão e meio de pessoas por ano, em outras palavras, quatro mil pessoas por dia são vítimas da doença.

Em março de 2023, o Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, emitiu uma meta da organização de erradicar a doença até 2030 e pediu apoio para combater os casos, mais números em países em desenvolvimento, como o caso do Brasil. 

Segundo o diretor, comentou sobre o tratamento e a cura da enfermidade. “A tuberculose é uma doença evitável, tratável e curável. No entanto, ainda mata 1,6 milhões de pessoas por ano e afeta vários milhões, com enormes impactos nas famílias e comunidades. Não podemos verdadeiramente acabar com a tuberculose a não ser que nos dirijamos aos seus fatores: pobreza, subnutrição, diabetes, VIH, tabaco e consumo de álcool, más condições de vida e de trabalho, estigma e discriminação, e mais.”

Com o retardamento da cobertura vacinal de 2022 devido a pandemia de covid-19, houve o primeiro aumento mundial no número de mortes em décadas após o controle.

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