Baixa cobertura vacinal por poliomielite preocupa Saúde

Risco é de reintrodução da doença leva planejamento de campanha de imunização

Postado em: 13-09-2023 às 08h00
Por: Gabriel Neves Matos
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“A gente levar nossas crianças para serem vacinadas e assim proteger quem a gente ama”, afirma Joice Dorneles, gerente de imunização da SES-GO | Foto: Erasmo Salomão/MS

Os baixos índices de cobertura vacinal por poliomielite no estado de Goiás têm preocupado autoridades de saúde. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO), o nível de vacinação está em cerca de 68%, um número considerado aquém do ideal para o combate à doença contagiosa que provoca a paralisia infantil. Embora o último caso tenha sido registrado em Goiás em 1989, o assunto é preocupante. 

Os motivos que levam à preocupação do contágio por poliomielite se dão sobretudo pelo registro da doença em nações próximas ao Brasil. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, no ano passado os Estados Unidos registraram um caso de poliomielite na cidade de Nova York; outro foi registrado no Peru, país que faz fronteira com o Brasil. Ambos os casos se tratavam de pacientes não vacinados.

Com isso, um sinal de alerta foi aceso no que tange ao surgimento de novos casos da doença no país. “Há um risco de reintrodução da poliomielite, justamente por conta da cobertura vacinal. No Brasil, até pouco tempo era considerado baixo esse risco; depois passou pra médio, e agora já está em alto risco de reintrodução. O que a gente precisa fazer é levar nossas crianças para serem vacinadas e assim proteger quem a gente realmente ama”, afirma Joice Dorneles, gerente de imunização da SES-GO, para a reportagem do jornal O Hoje.

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Crianças a partir de dois meses podem se vacinar e precisam repetir as doses aos quatro e aos seis meses de idade. Uma vacina de reforço aos 15 meses também é indicada para completar o esquema vacinal. A doença é erradicada no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, o país registrou um caso de poliomielite pela última vez em 1989. Em Goiás, o último registro da doença foi em 1988, de acordo com a SES-GO.

“É por isso que temos feito o alerta, principalmente para os pais se informarem, atualizarem a caderneta de vacinação e levarem seus filhos aos postos de atendimento para serem vacinados. Nós não queremos que a poliomielite volte, e é muito triste pensar nisso já que temos a vacina”, diz Dorneles.

Com o propósito de alavancar o nível de vacinação e resgatar crianças e adolescentes que não foram vacinadas, a SES-GO prepara uma campanha de multivacinação, que deve ocorrer em todo estado de Goiás dos dias 30 de setembro a 14 de outubro em mais de 900 pontos de forma gratuita. A campanha oferecerá 17 imunizantes, dentre eles, o imunizante contra a poliomielite — tanto o injetável quanto o oral.

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