Grupo era liderado por dentento

Foram 20 mandados de prisão expedidos, 19 deles já foram cumpridos pela Polícia Civil

Postado em: 16-08-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Grupo era liderado por dentento
Foram 20 mandados de prisão expedidos, 19 deles já foram cumpridos pela Polícia Civil

Rafael Melo*

A Polícia Civil de Goiás deflagrou, ontem (15), a Operação Thánatos e prendeu 18 pessoas suspeitas de integrar uma facção criminosa responsável por ao menos 21 homicídios em Goiânia. De acordo com as investigações, o grupo era chefiado via telefone por um detento que cumpre pena no Presídio Estadual de Formosa, no Entorno do Distrito Federal. A apuração apontou ainda que os assassinatos estão relacionados ao tráfico de drogas e disputa com grupos rivais.

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Dos 20 mandados de prisão expedidos, 19 ordens já foram cumpridas pela Polícia Civil. Além disso, 24 ordens de busca e apreensão também são executadas, das quais apenas uma ainda está pendente. Dos presos, seis são mulheres. Segundo o delegado responsável pela operação, Dannilo Proto, as prisões aconteceram na Capital e em Aparecida de Goiânia, além da feita dentro da unidade prisional de Formosa contra um interno que já cumpria pena por tráfico e homicídio. “Os crimes aconteceram em várias regiões da Capital desde janeiro até agora. Eles estão ligados ao tráfico de drogas e disputa por territórios com facções rivais”, explica o delegado.

A Diretoria-Geral de Administração Penitenciária de Goiás (DGAP) declarou que o mandado contra o detento foi cumprido com apoio do Grupo de Intervenções Táticas (GIT) do órgão e que realizam as operações nas unidades prisionais com o intuito de evitar e retirar produtos ilícitos dos locais. As investigações apontam que eles agiam no tráfico de drogas. “Quem comandava todas as ações por telefone era um preso de Formosa que já cumpria pena por tráfico e homicídio, ele foi trazido para Goiânia”, disse a DGAP.

A polícia não divulgou os nomes dos presos até o momento e nem que tipo de material foi apreendido. Essa divulgação será feita apenas quando toda operação for cumprida pela Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH).

A operação foi denominada Thánatos porque era o nome dado à personificação da morte na mitologia grega, o mensageiro de Hades.  “Essa operação denominada Thánatos foi deflagrada para desarticular um grupo ligado a uma facção criminosa, mais uma célula do Comando Vermelho aqui na capital goiana, responsável por diversos homicídios, aproximadamente 21”, esclarece o delegado. “Foram cumpridos 19 mandados de prisão e 23 mandados de busca e apreensão expedidos. Um deles é líder dessa célula do Comando Vermelho e demandava as ordens do pessoal dele aqui na Capital para cumprir tanto o tráfico de drogas quanto as execuções” complementa Proto.

Além dos presos, os agentes conseguiram apreender diversos materiais. Essa é a segunda fase da operação. Em um primeiro momento, a polícia conseguiu apreender uma grande quantidade de drogas que pertenceria também a esse grupo. Houve também uma reunião com as equipes da polícia no auditório da Secretaria de Segurança Pública (SSP), de onde saíram para cumprir os mandados judiciais. O secretário da pasta, Irapuan Costa Júnior, comentou sobre a atuação da segurança pública frente às ameaças das facções que comandam o crime organizado. “Essas organizações tem um poder financeiro enorme, aqui em Goiás elas não prosperam porque os policiais daqui são muito bons e capacitados. Os índices de criminalidade no Estado estão caindo. Enquanto a Polícia de Goiás for a polícia que temos hoje, puder agir como age hoje, essas organizações criminosas não prosperarão”, pontuou Irapuan. 

Primeira Fase

A primeira fase da operação foi na segunda quinzena do mês de junho. Os policiais cumpriram 44 mandados no total, dos quais foram 19 de prisão temporária, um de prisão preventiva e mais 24 mandados de busca e apreensão em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Entorno do Distrito Federal. Na ocasião, foram apreendidos 71 quilos de maconha, cinco quilos de cocaína pura, cinco quilos de crack, cinco quilos de insumos e 7.500 comprimidos de ecstasy

Os presos, integrantes do grupo criminoso, vinham sendo investigados por seis meses pela Polícia Civil. Na época, 12 homicídios cometidos na região sudoeste de Goiânia eram investigados, a partir de então outros nove assassinatos entraram para a lista de investigações. O resultado da segunda fase da operação será apresentado na manhã de hoje (16). 

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