Morte em massa de peixes é investigada em Anápolis

Grupo ambientalista denunciou morte de dezenas de peixes no Córrego das Antas, em Anápolis, amostras da água serão analisadas para constatar a causa do problema

Postado em: 17-08-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Grupo ambientalista denunciou morte de dezenas de peixes no Córrego das Antas, em Anápolis, amostras da água serão analisadas para constatar a causa do problema

A gerência de fiscalização ambiental de Anápolis começou a investigar a morte dos peixes

Rafael Melo

Após a denúncia de um grupo de ambientalistas que constatou a morte de dezenas de peixes no Córrego das Antas, a gerência de fiscalização ambiental de Anápolis começou a investigar, ontem (16), o que pode ter causado a mortandade. O córrego corta grande parte do município que fica a 55 km da capital goiana. 

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Moradores da região divulgaram vídeos que mostram peixes de diversos tamanhos que vem sendo encontrados mortos desde a última terça-feira (14). A dona de casa Lourdes Martins que reside próximo ao córrego há mais de 20 anos conta que está assusta com a situação. “Os peixes estão todos pulando, morrendo. Fiquei desesperada quando vi”, disse.

Segundo o gerente de fiscalização ambiental, Thiago Vitorino, serão coletadas amostras da água para verificar que tipos de substância estão deixando os peixes sem oxigênio. “Iremos fazer a análise da água junto com a Universidade Estadual de Goiás para que possamos identificar o tipo de material que está causando esse problema. Assim, identificaremos os possíveis causadores desse crime ambiental”, esclarece.

De acordo com a Saneago, os locais onde foram constatados a mortandade dos peixes ficam bem acima do ponto de lançamento da estação de tratamento de esgoto. Sendo assim, essa área não poderia ter sido atingida, já que fica em sentido contrário ao curso do córrego. Sobre a autuação, a empresa declarou que vai providenciar todos os documentos necessários dentro do prazo estipulado.

Reincidência

A denúncia foi feita pelo mesmo grupo de ambientalistas que deu visibilidade ao caso da espuma branca que estava contaminando o rio, nesta última semana, devido ao descarte de forma irregular de esgoto que estava sendo feito no local. Em virtude da situação, a Saneago foi notificada e multada em R$ 100 mil. 

Na época, foi constatado que em uma das lagoas da Estação de Tratamento de Esgoto a barragem estava danificada, o que fazia com que o chorume causasse a impregnação da terra no local. Existem dois pontos de descarte de esgoto da Saneago no córrego das Antas. Nesses dois pontos, os ambientalistas estimam que sejam jogados no córrego das Antas 100 litros de esgoto sem tratamento por segundo.

Os pescadores da região do Córrego das Antas denunciaram a grande formação de espuma no local e os ambientalistas foram investigar o problema. Após o monitoramento durante oito dias foi possível verificar que a contaminação poderia estar sendo causada por descarte de cal e esgoto da Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago). Durante as fiscalizações foram encontradas embalagens e vestígios de cal que, segundo os membros do Grupo de Proteção Ambiental, estava sendo jogado na água para camuflar tudo que estava sendo feito de maneira irregular, como o mau cheiro que é causado pela contaminação. O produto também poderia estar servindo para simular o tratamento no esgoto.

O Córrego das Antas também é importante para toda a região central do Estado de Goiás. Nasce na cidade de Anápolis, mas sua foz é no rio Corumbá, sendo um importante afluente. Ele corta toda a cidade de Anápolis e tem uma trajetória de cerca de 27 quilômetros.  

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