Poda de jamelões é antecipada em Goiânia para evitar acidentes

Árvores, conhecidas pelas amplas sombras e frutos de coloração roxa, causam acidentes em diversas regiões da Capital

Postado em: 17-08-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Árvores, conhecidas pelas amplas sombras e frutos de coloração roxa, causam acidentes em diversas regiões da Capital

Quando os frutos dos jamelões caem no chão criam uma camada de óleo que deixa o asfalto escorregadio e perigoso  (Wesley Costa)

Gabriel Araújo*

A poda dos pés de jamelão em Goiânia, que começou na última semana, foi iniciada como medida de segurança para evitar acidentes no trânsito da Capital. O primeiro local escolhido, a Avenida Freud José Sebba, na região leste, já foi finalizada e próximas áreas estão sendo estudadas.

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De acordo com o diretor de parques e unidades de conservação da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), Ormando José Pires, após os casos de acidentes no ano passado foi desenvolvido um plano para a substituição das árvores, plantadas há mais de 20 anos. “Parece que é uma medida de última hora, mas na verdade, nós precisamos do período chuvoso para não perder as mudas que serão plantadas, durante o tempo seco elas não sobreviverão”

Segundo ele, mais de 20 espécies foram pré-selecionadas para a substituição, cada uma sendo plantada de acordo com as características das regiões. Além disso, o processo de retirada se dá após as mudas serem plantas e já adaptadas aos locais. “Por isso que chamamos de retirada alternada”

No momento, as áreas estão sendo podadas para diminuir a quantidade de frutos em contato com o asfalto e, assim, evitando acidentes. “O que nós queremos é fazer uma poda mais radical em alguns pés adultos, onde não se mata a árvore, mas se afina a copa e fazer a retirada alternada de outros. Assim, conseguimos manter o equilíbrio e resolvemos o problema dos acidentes”, completa.

Árvore

O jamelão pode atingir 10 metros de altura e sua copa possui folhagem abundante. A árvore foi implantada em Goiânia no final dos anos de 1990 principalmente devido à sua resistência ao tempo seco e a sombra gerada.

Em 2017, o então presidente da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), Gilberto Marques Neto, afirmou que a incidência destas árvores na cidade é de apenas 0,94%. “O levantamento realizado para o plano diretor aponta que a espécie jamelão apresenta um percentual de ocorrência de aproximadamente 0,94% na cidade, o que significa em torno de 8.930 árvores”, contou.

Na época, Neto explicou que o processo de retirada gradativa deve ser respeitado devido à necessidade de arborização. Segundo ele, a retenção de partículas em suspensão no ar, embelezamento das vias públicas, sombreamento, conforto térmico (diminuição da temperatura e aumento da umidade relativa do ar) e diminuição da poluição sonora e visual são somente alguns dos benefícios de uma grande quantidade de árvores nas cidades.

Acidentes

Casos de acidentes no trênsito de Goiânia causados pela mistura entre chuva e o fruto dos jamelões são comuns na segunda metade do ano. A mídia vem registrando esses casos desde o ano de 2006 e, sempre cobrando medidas para melhorar a segurança dos motoristas e motociclistas.

Os mais prejudicados são os motociclistas, que perdem facilmente o controle das motos devido à falta de aderência e caem. Existem ainda casos de carros derrapando e girando devido à queda dos jamelões. Somente na quarta-feira da última semana, quando choveu após mais de 70 dias em Goiânia, o Corpo de Bombeiros registrou 12 ocorrências de quedas de motociclistas, sendo que no durante a semana antes da chuva, eles haviam atendido apenas um registro deste tipo.

Acidentes

Em 2016 um acidente fatal ocorreu devido à grande quantidade do fruto na pista. O motociclista Edmundo de Souza, de 41 anos, escorregou na pista, subiu o meio fio e acabou batendo na árvore do canteiro central da Avenida Anápolis, na Vila Pedroso.

Na época, a Delegacia Especializada em Investigação de Crimes de Trânsito (DICT), afirmou que a causa era um óleo que se forma em uma camada superior do asfalto, deixando a pista escorregadia e facilita acidentes. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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