Luciene Carvalho é a primeira mulher negra a presidir a Academia de Letras no Brasil
A escritora decidiu concorrer para criar novos espaços e oportunidades para mulheres negras e autoras no estado.
Por: Luana Avelar
A poetisa Luciene Carvalho foi eleita presidente da Academia Mato-grossense de Letras, tornando-se a primeira mulher negra a assumir tal posição em uma Academia de Letras no Brasil. O fato de a transição ter sido conduzida por mulheres sublinha um momento histórico para a representatividade tanto feminina quanto racial. Esta eleição teve lugar na Academia Mato-Grossense de Letras (AML-MT) em 16 de setembro, e a cerimônia de posse está agendada para o final deste mês.
Luciene foi convidada para esse desafio, enfrentando inicialmente alguma resistência. No entanto, ela viu uma oportunidade significativa, reconhecendo que essa escolha não era apenas pessoal, mas representava uma comunidade mais ampla, indo além dos colegas da AML. Luciene enfatiza sua origem como mulher negra, vinda de uma comunidade periférica, e expressa gratidão à educação pública por ter proporcionado sua jornada educacional.
Um grupo de membros da AML-MT, reconhecendo a importância da poetisa e sua posição como a primeira mulher negra na instituição, a encorajou a se candidatar e prometeu seu apoio. Assim, foi formada a chapa “Tradição e Inclusão”, eleita por unanimidade. Luciene celebra essa conquista como um reflexo da sintonia da instituição com o novo momento social, destacando sua audácia.
A nova gestão, que inclui Flávio Ferreira como vice-presidente, Cristina Campos como Secretária e Agnaldo Silva como tesoureiro, tem a meta de ampliar o diálogo com diversas formas de expressão artística, como teatro, cinema e música. Eles buscam manter iniciativas educacionais e fortalecer a comunidade de escritores mato-grossenses, mantendo um foco essencial na natureza estadual da instituição.
