Justiça condena homem que vazou autópsia Marília Mendonça e Gabriel Diniz

Justiça do Distrito Federal impõe pena de 8 anos de reclusão e 2 anos e 3 meses de detenção a réu que divulgou fotos de autópsias de Gabriel Diniz e Marília Mendonça

Postado em: 28-09-2023 às 15h04
Por: Ana Beatriz Santiago
Imagem Ilustrando a Notícia: Justiça condena homem que vazou autópsia Marília Mendonça e Gabriel Diniz
Imagens: divulgação

A Justiça do Distrito Federal proferiu uma sentença contra André Felipe de Souza Alves Pereira, de 23 anos, que foi condenado diversos crimes. O réu confessou ter vazado fotos das autópsias dos cantores Marília Mendonça e Gabriel Diniz, além disso, ele foi condenado por promover o nazismo, propagar xenofobia e racismo contra nordestinos, usar um documento público falso, atentar contra serviços de utilidade pública, como escolas, e incitar crimes.

Os fatos que levaram a essa condenação começaram quando André Felipe confessou ter vazado fotos das autópsias dos cantores Gabriel Diniz e Marília Mendonça, ambos vítimas de trágicos acidentes aéreos. Gabriel Diniz, conhecido pelo sucesso “Jenifer”, perdeu a vida em um acidente em Sergipe, em 2019, enquanto Marília Mendonça, uma das maiores estrelas da música sertaneja, faleceu na queda de um avião no interior de Minas Gerais, em 2021.

O juiz Max Abrahão Alves de Souza, da 2ª Vara Criminal de Santa Maria, responsável pelo caso, destacou em sua sentença que as ações de André Felipe tiveram o claro objetivo de “humilhar e ultrajar” as vítimas, cujas imagens eram amplamente admiradas pelo público. A natureza insensível das fotografias e os comentários perturbadores feitos pelo réu nas redes sociais levaram o magistrado a concluir que havia um dolo evidente subjacente a esses crimes.

Continua após a publicidade

A pena imposta ao réu é severa, totalizando 8 anos de reclusão e 2 anos e 3 meses de detenção, com início no regime semiaberto. Cada crime pelo qual ele foi condenado recebeu sua própria pena, incluindo 1 ano de detenção para cada ato de vilipêndio a cadáver, 2 anos de reclusão pela divulgação do nazismo, mais 2 anos de reclusão pelo crime de xenofobia, outros 2 anos de reclusão pelo crime de racismo de procedência nacional, 1 ano de reclusão pelo uso de documento público falso, 1 ano de reclusão pelo atentado contra serviço de utilidade pública em escolas e 3 meses de detenção por incitação ao crime.

O réu, que usava perfis em redes sociais para disseminar as imagens e mensagens odiosas, confessou sua autoria nos crimes e até mesmo admitiu ter usado um documento falso quando foi preso. No entanto, ele negou qualquer ligação com o nazismo, alegando que o nome de usuário em sua conta no Twitter era uma referência a um personagem fictício de um jogo de videogame relacionado à Segunda Guerra Mundial, e que ele não sabia da associação desse nome com Adolf Hitler.

O juiz, por sua vez, considerou o argumento do réu “frágil e inverossímil”, apontando para a imagem de uma cruz suástica no perfil do acusado nas redes sociais, que claramente indicava uma conexão com o nazismo.

Além disso, André Felipe admitiu ter propagado mensagens de ódio, incluindo ataques xenofóbicos e racistas contra nordestinos e estrangeiros em suas redes sociais, chegando a sugerir a criação de campos de concentração para nordestinos.

Veja Também