Evento lembra os 36 anos do acidente com o Césio 137
Tragédia com substância ocorreu em setembro de 1987 e matou, em hospital do Rio de Janeiro, quatro pessoas que tiveram contato com pó contaminante em Goiânia
Por: Redação
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O Centro Estadual de Assistência aos Radioacidentados Leide das Neves (Cara), da Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO), realiza nesta sexta-feira (29), às 14h, evento especial para marcar os 36 anos do acidente com o Césio 137, em Goiânia.
Unindo pacientes, profissionais da saúde e comunidade, o encontro é para relembrar o maior acidente radiológico do mundo. Além de ser um momento de reflexão, o evento também destaca o compromisso contínuo do Centro de Assistência aos radioacidentados em oferecer apoio às vítimas e as famílias.
Césio 137
A programação inclui exposição de fotografias que capturam os momentos do acidente, permitindo uma visão clara dos eventos que ocorreram na época do episódio. Um dos destaques do encontro será o lançamento da versão revisada da “Fotorreportagem do acidente com Césio 137”.
De acordo com o físico nuclear responsável pela descoberta do acidente, Walter Mendes Pereira, o impacto não apenas reformulou as estratégias de resposta a emergências, mas também influenciou as políticas de segurança nuclear no Brasil.
“O aprendizado com esse acidente continua influenciando entidades, como a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), e o próprio Estado de Goiás. Precisamos preservar essa memória e compartilhá-la com as futuras gerações para que compreendam a gravidade do evento”, destaca Walter ao falar da importância de manter viva a memória do acidente.
Pacientes
O Instituto disponibiliza cinco serviços essenciais, incluindo odontologia, psicologia, serviço social, enfermagem e medicina. A demanda mais alta concentra-se na área médica, especialmente em ginecologia, cardiologia e geriatria.
O corpo clínico é composto por uma equipe de dez médicos e atende um total de 1.075 pacientes, distribuídos em 12 grupos com base em critérios como exposição à radiação e natureza do incidente.
“Estou há 31 anos como paciente do Cara, e minha experiência tem sido excelente. Aqui, tive a oportunidade de realizar dois partos, com os médicos Welder e Juliana, e, desde então, meus filhos têm recebido cuidados médicos abrangentes e de alta qualidade. Raramente precisamos recorrer a consultas particulares pelo Ipasgo. Todos no Cara têm demonstrado uma dedicação incrível em garantir o nosso bem-estar e o dos nossos filhos ao longo desses anos”, disse a paciente Mariana de Oliveira Mundim.
O clínico geral José William de Oliveira, com 35 anos de experiência no instituto, explica: “O objetivo é garantir que as vítimas e suas famílias sejam devidamente amparadas e tenham acesso aos recursos necessários para sua recuperação e qualidade de vida”, finaliza.