Irmãos de Luziânia são adotados por casal que mora no Canadá

“Eu quero conhecer a neve, tia. Ver como é a cidade, o céu, os brinquedos, as outras crianças e as estrelas.", contou uma das crianças

Postado em: 02-10-2023 às 10h25
Por: Rondineli Alves de Brito
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“Eu quero conhecer a neve, tia. Ver como é a cidade, o céu, os brinquedos, as outras crianças e as estrelas.", contou uma das crianças | Foto: Reprodução

Um casal que mora no Canadá, adotou dois irmãos que fazem parte do cenário de adoção atípica no estado de Goiás. Ambas as crianças, que são negras, têm idades entre 4 e 9 anos e não escondem, com um sorriso largo no rosto, a expectativa de conhecer o Canadá e começar uma nova vida em família. 

A mãe, Mariana, que é natural de Goiânia e o Pai, Felipe, compartilharam que a decisão de adotar partiu em conjunto, após as inúmeras tentativas de Mariana de engravidar, mas sem sucesso. Por ser de Goiás, a mulher sugeriu ao companheiro que gostaria que a criança fosse natural do seu Estado de origem. 

Ana, de 9 anos e Mateus, de 4 anos (nomes fictícios a pedido dos pais), tampouco abrem mão dos brinquedos que ganharam da nova família. “Eu quero conhecer a neve, tia. Ver como é a cidade, o céu, os brinquedos, as outras crianças e as estrelas. Eu sei que vou ser muito feliz com meus pais lá no Canadá”, sorri Ana contando em alegria por ganhar novos pais.

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Após a decisão a família ajuizou uma ação de adoção e passaram por todos os trâmites desde a visita na residência, observação da convivência das crianças com os pais e os avós, assim como com a família em geral para ver a adaptação dos irmãos antes de promover a destituição do poder familiar.

Renata, que é secretária do CEJAI (Comissão Estadual Judiciária de Adoção Internacional) e que ajudou no processo de adoção do casal, ressaltou que se sente gratificada. “Esse processo mexeu com todos nós pelo histórico tão bonito, pela luta dos pais adotantes que realmente almejam propiciar a elas uma vida melhor. Temos convicção de que agora esses dois irmãos terão um futuro brilhante e serão bem cuidados por essa família dedicada”, realçou a secretária. 

Além de Renata, o juiz Gustavo Assis Garcia do CGJGO, ressaltou o trabalho e o empenho incessante da Cejai, presidida pelo desembargador Leandro Crispim, para que a adoção fosse concretizada efetivamente. “Essas crianças deixam o Brasil e uma história de vida cruel rumo a um futuro brilhante, com uma nova família, um lar verdadeiro, repleto de amor e cuidado. Não poderia deixar de enfatizar o trabalho impecável da Cejai, presidida pelo desembargador Leandro Crispim, que não mediu esforços para que essa adoção internacional ocorresse”, frisou Gustavo. 

Adoção no Brasil

Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, existem mais de .751 crianças e adolescentes disponíveis para a adoção no Brasil, além de 33.046 pretendentes, porém a conta não fecha pois a cor, a deficiência e grandes grupos de irmãos são os maiores obstáculos, já que a prioridade é que eles sejam adotados juntos. 

Para aqueles que têm desejo de adotar é necessário que o pretendente tenha 18 anos, independentemente do estado civil, desde que seja respeitada a diferença de 16 anos entre quem deseja adotar e a criança a ser acolhida. Somente crianças e adolescentes com idade até 18 anos, cujos pais são falecidos ou que concordaram com a adoção (entrega voluntária) e que tiverem sido destituídos do poder familiar.

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