Vacina contra dengue tem restrições

Produto tem contraindicação para pessoas que nunca tiveram a doença

Postado em: 27-08-2018 às 01h24
Por: Fabianne Salazar
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Produto tem contraindicação para pessoas que nunca tiveram a doença

Rafael Melo

AAgência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta semana que deverá impor restrição em relação à vacina da dengue. Segundo a agência, a vacina pode colocar em risco as pessoas que nunca contraíram a doença, podendo desenvolver formas mais graves de dengue caso sejam infectadas pelo mosquito Aedes aegypti.

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A decisão ocorreu após um estudo de monitoramento do laboratório francês Sanofi Pasteur, responsável pela fabricação da vacina Dengvaxia, a única disponível no país até o momento. A Sanofi terá 30 dias para adequar a bula eletrônica e enviar orientações para os locais onde a vacina já está sendo usada. Lotes que forem produzidos a partir de quinta passada já devem trazer a contraindicação.

O prazo de 30 dias também vale para que o laboratório apresente um “plano de minimização de riscos” – tanto para os novos imunizados, quanto para quem já tomou a vacina. Em nota, a Sanofi Pasteur afirma que a decisão da Anvisa “permite o acesso contínuo à vacina para os milhões de brasileiros que já tiveram a doença”, e que o mesmo estudo que levou à determinação também “forneceu confirmação do valor protetor de longo prazo da vacina em indivíduos com uma infecção prévia por dengue”.

“A Sanofi tem um compromisso de longa data com a saúde pública no Brasil, fornecendo vacinas seguras e eficazes contra poliomielite, febre amarela, meningite e gripe, bem como dengue. No interesse da saúde pública, continuaremos a colaborar com as autoridades sanitárias brasileiras para garantir acesso à Dengvaxia para todos aqueles que podem se beneficiar do comprovado valor de proteção contra a dengue”, diz o laboratório por meio de nota.

Em novembro do ano passado, a Agência já havia inserido uma advertência na bula recomendando que pessoas soronegativas (que nunca entraram em contato com o vírus da dengue) não tomassem a vacina. Na época, foi alegado que a medida ocorria como cautela até que fossem feitas novas avaliações sobre o caso. A vacina era indicada para pessoas de 9 a 45 anos que moram em áreas endêmicas, independente ou não de já terem tido a doença.

Em outra mudança, a Anvisa também passa a definir como “área endêmica” todos os municípios onde 70% da população ou mais já foi infectada por um dos quatro sorotipos da dengue.

O estudo

De acordo com a análise, para cada mil pessoas soronegativas vacinadas, cinco foram hospitalizadas com dengue e duas desenvolveram dengue grave. O estudo afirma que esses casos de dengue não foram causados pela vacina, e sim, pela picada do mosquito Aedes aegypti. O problema está ligado a um outro fato, que já era de conhecimento dos médicos: quem já teve dengue e é infectado novamente tem maior chance de desenvolver uma variação mais grave da doença.

O estudo descobriu que, como a vacina é feita com vírus inativado, os pacientes sem histórico de dengue acabam entrando nesse grupo. Na prática, é como se essas pessoas já tivessem contraído a doença e precisassem ter um cuidado maior com a nova infecção. Por isso, é fundamental que a sorologia do paciente seja feita, o ideal é que profissionais de saúde peçam exames antes de indicar a vacina.

A vacina

Aprovada em 2015 pela Anvisa, a vacina produzida pela Sanofi foi a primeira a ganhar aval para ser comercializada no país. Desde então, a Anvisa recebeu notificações de 128 casos de reações adversas graves (dor abdominal persistente e intensa, por exemplo). Toda reação adversa que leve a pessoa a buscar atendimento médico é considerada “grave” pelo governo.

De acordo com a agência reguladora, a existência desses casos não indica algum problema com a vacina. Reações do tipo, diz a Anvisa, são comuns a praticamente todas as vacinas – assim como acontece com medicamentos de outras categorias. Desde que a vacina foi registrada no país, cerca de 350 mil pessoas foram imunizadas. O Ministério da Saúde não tem previsão de incluir a vacina contra dengue na rede pública nacional.

 

CERES 

Adolescentes ficam feridas após serem arremessadas de brinquedo  

Um acidente com o brinquedo Surf deixou adolescentes feridas, neste domingo (26), em um parque de diversão de Ceres, na região central do Estado. Segundo o major do Corpo de Bombeiros Rhevysson Martins de Oliveira Brito, quatro meninas de 16 anos foram socorridas e levadas para hospitais da cidade.

O acidente aconteceu por volta das 2 horas, no espaço em que o parque foi montado, no Setor Central. O brinquedo tem capacidade para 22 pessoas, mas não se sabe quantas estavam nele no momento do problema. As causas do acidente são investigadas. “Testemunhas disseram que o brinquedo começou a girar mais rápido do que o normal e a trava de segurança se abriu”, contou o major.

Frequentadores acionaram o Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). As equipes socorreram as quatro adolescentes para três unidades de saúde da cidade.

Ferimentos

De acordo com o major, todas sofreram várias fraturas e uma adolescente tinha quadro mais grave. Por isto, ela foi transferida da Unidade de Pronto Atendimento de Ceres para o Hospital de Urgência de Anápolis.

Todas seguiam internadas até a tarde deste domingo. De acordo com os parentes, Tatiele passa bem. Talia e Mariane passaram por cirurgia domingo. Já Isabela está internada com quadro grave no Huana. Os familiares contaram que ela teve traumatismo craniano, várias lesões e hemorragia. 

Investigação

Equipes da Polícia Civil e da Polícia Técnico-Científica foram ao local do acidente para colher as informações iniciais para a investigação.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o parque tem Certificado de Conformidade do Corpo de Bombeiro Militar (Cercon). Além disso, a direção apresentou a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) e laudos de todos os brinqueados, que estavam aptos para funcionar.

VIDA URBANA 

Mobilidade nas cidades vai exigir atenção de eleitos

A política de mobilidade urbana é uma preocupação que vem ganhando importância nos últimos anos por diversos motivos. Manter o desenvolvimento de grandes cidades com menos prejuízos ao meio ambiente é desafio mundo afora. No Brasil, os protestos de 2013, que levaram milhões de pessoas às ruas, iniciaram após o anúncio de aumento de tarifa de transporte público, considerado de baixa qualidade pelos usuários.

Segundo a pesquisa Mobilidade da População Urbana 2017, publicada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), o brasileiro vê o transporte como o quarto maior problema das cidades, perdendo apenas para a segurança, a saúde e o desemprego. 

O tema é foco dos debates de candidatos às eleições deste ano. Devido a essa relevância, a Agência Brasil preparou um especial para mostrar algumas das boas práticas desenvolvidas no país, e, por outro lado, os problemas a serem enfrentados. A primeira reportagem mostra um modelo desenvolvido há décadas em Curitiba, cidade referência no sistema de embarque rápido de passageiros.

Nos últimos anos, a proporção de pessoas que gasta mais de uma hora por dia para se deslocar de casa para o trabalho subiu de 8,9% em 2011, para 10,2% em 2015. A média de tempo de deslocamento também cresceu. Em 2001, os brasileiros gastavam 28,7 minutos. Esse número subiu para 30,3 minutos em 2015. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Rafael Pereira, pesquisador do instituto, acredita que houve uma visão equivocada nos últimos anos de priorização da indústria automobilística, representada principalmente pela isenção de impostos ao setor.  (Agência Brasil)

   

 

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