Brasil é o segundo país com mais casos de Síndrome de Burnout, diz pesquisa

Segundo especialistas, os desencadeadores do burnout são a sobrecarga de trabalho, a competitividade, a falta de realização no trabalho, entre outros

Postado em: 09-10-2023 às 08h20
Por: Matheus Santana
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Segundo especialistas, os desencadeadores do burnout são a sobrecarga de trabalho, a competitividade, a falta de realização no trabalho, entre outros

A síndrome do esgotamento profissional, também conhecida como síndrome de burnout, é um distúrbio emocional que tem como característica o esgotamento físico, exaustão e estresse. Isso é causado por situações desgastantes no trabalho, que exigem muita competitividade ou responsabilidade. No começo de 2022, a síndrome de burnout foi definida como uma doença ocupacional pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Segundo uma pesquisa feita pela International Stress Management Association (Isma), o Brasil está em segundo lugar em número de casos relatados, atrás apenas do Japão, com 70% da população afetada pelo problema. Um estudo realizado no ano de 2021 pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) revelou que 18% dos brasileiros são vítimas desse problema.

A síndrome de burnout tem como sintomas excessivos, tanto físico quanto mental, dor de cabeça frequente, alterações no apetite, insônia, dificuldades de concentração, sentimentos de fracasso e insegurança, negatividade constante, sentimentos de derrota e desesperança, sentimentos de incompetência, alterações repentinas de humor, isolamento, fadiga, pressão alta, dores musculares, problemas gastrointestinais e alterações nos batimentos cardíacos.

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“Os desencadeadores do burnout são a sobrecarga de trabalho, a competitividade, a falta de realização no trabalho, a pessoa não vê o trabalho antes prazeroso como via, altas demandas e alta rotatividade dos trabalhadores na empresa, não se vê útil dentro das atividades laborais.” Relata a psicóloga Adriana Megda Fallone, especialista em terapia cognitivo-comportamental e neuropsicóloga.

Esses sintomas surgem de forma leve, mas tendem a piorar com o passar do tempo. Por esse motivo, é importante buscar apoio profissional, para que o problema não se torne algo mais sério.

Cuidados das empresas

Uma atitude que as empresas podem adotar para ajudar os funcionários é fazer um diagnóstico sobre a saúde mental de seus funcionários. Esse processo deve contar com o apoio de profissionais, unindo a medicina do trabalho com a psicologia. Para a neuropsicóloga, uma empresa deve ter cuidados com os funcionários para preservar a saúde mental deles. 

“Os cuidados que uma empresa deve tomar na relação com o funcionário incluem estabelecer uma rotina que o funcionário consiga cumprir, evitar criar competitividade excessiva entre os funcionários, respeitar os direitos específicos do funcionário, estimular comportamentos assertivos perante a empresa com prêmios ou viagens, garantir que o salário esteja de acordo com o piso salarial ou proporcional à sua profissão e cumpra os acordos feitos com o trabalhador”.

Tratamento e prevenção

O tratamento para quem sofre de burnout é uma psicoterapia, que ajuda o paciente a organizar as expectativas diante do trabalho e a lidar melhor com o estresse de situações desafiadoras. O tratamento pode envolver alguns medicamentos, como antidepressivos ou ansiolíticos. 

O procedimento pode fazer efeito em cerca de um a três meses após o início do medicamento, e alguns casos podem exigir tratamento mais longo, dependendo de cada situação. Adriana utiliza outro método em suas consultas: “A terapia cognitivo-comportamental, que vem da década de 60 de Aaron Beck, foca nos pensamentos que podem afetar o comportamento. Por vezes, na síndrome de burnout, pode trazer comorbidades o transtorno depressivo e a ansiedade generalizada, que é uma ansiedade em um nível elevado, visto que todos nós estamos ansiosos.”

Desenvolver condutas saudáveis ​​que diminuam o estresse e a pressão no trabalho também é uma boa alternativa para prevenir a síndrome de burnout. Isso inclui definir pequenos objetivos na vida profissional e pessoal, participar de atividades de lazer com amigos e familiares, fazer atividades que “fujam” da rotina diária e praticar atividades físicas regulares.

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