Parque Vaca Brava está abandonado e última reforma foi em 2012

O local será o próximo grande parque a ser reformado pela gestão municipal

Postado em: 29-08-2018 às 06h00
Por: Fabianne Salazar
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O local será o próximo grande parque a ser reformado pela gestão municipal

Gabriel Araújo*

O  Parque Vaca Brava, localizado no Setor Bueno, é um dos locais mais utilizados pelos goianienses para atividades ao ar livre e é considerado um dos cartões postais da cidade. Apesar disso, enfrenta problemas estruturais nas calçadas, infiltrações e iluminação. O local será o próximo grande parque a ser reformado pela gestão municipal. De acordo com a Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), os trabalhos de licitação devem começar assim que a reforma do Parque Areião for concluída.

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“Estamos trabalhando para resolver questões mais simples, em que não exige a necessidade da utilização de um grande montante de recursos. A etapa de reforma é mais complexa e deve ser iniciada após o termino dos trabalhos no Parque Areião”, afirmou a Amma ao O Hoje.

De acordo com relatório do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO), datado de 2012, é possível perceber que o local não conta com um sistema de drenagem adequado. “O problema decorre dos pontos de nascente d’água espalhados pela área e da falta de mecanismos de drenagem imediata da água para o lago. Nos períodos de chuva o solo fica encharcado e a água se acumula junto ao calçamento formando poças”, afirmou o órgão.

Parque Areião

Hoje equipes estão finalizando o Teatro na Vila Ambiental do Parque Areião, que é utilizado para aulas de educação ambiental de alunos do ensino público da Capital. “Devido às condições em que a Vila Ambiental se encontrava, foi necessária a intervenção. As aulas de educação ambiental precisaram ser transferidas para o Parque Macambira, mas a gente percebeu que a localização não é tão favorável”, completa o órgão.

No caso do Parque Areião, a necessidade de reforma foi ampliada devido a dois incêndios que destruíram algumas das principais áreas do local. O primeiro caso ocorreu no início de setembro, quando o Teatro Aberto, local utilizado por escolas para atividades recreativas, foi destruído pelas chamas. 

Já o segundo caso ocorreu no final do mesmo mês, quando o bambuzal do Parque foi parcialmente destruído pelas chamas. Na época, o Corpo de Bombeiros afirmou que a ocorrência teve início por volta das 3h da manhã e cinco viaturas foram mandadas para o local para controlar as chamas. Apesar disso, o fogo logo se alastrou por boa parte do local, devido à baixa umidade do ar. A partir de então, foi aberta uma licitação e uma empresa foi contratada para realizar os trabalhos, que foram iniciados no início de julho.

O Parque vaca Brava é um dos mais antigos da Capital, sendo criado oficialmente em 1951, junto com a criação do loteamento do Setor Bueno. A partir da sua criação, o local ficou abandonado pelo poder público e seu projeto inicial alterado.

Todo o Setor Bueno teria 12% de sua área destinada a espaços livre, mas esse índice caiu a partir da especulação imobiliária e chegou aos atuais 4%. O parque passou por diversas invasões legais de prédios comerciais, em 1974 e 1981 o antigo Instituto de Planejamento Municipal aprovou loteamentos e construções residenciais foram criadas no entorno do parque.

Áreas verdes

Em Goiânia, os parques fazem parte do dia-a-dia dos moradores. Muitos utilizam essas áreas para praticar esportes, ler, descansar e aproveitam os eventos que fazem parte do cotidiano dos parques e bosques.

De acordo com levantamento da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), Goiânia tem 94 metros quadrados de áreas verdes para cada cidadão, o que faz da cidade a capital com maior número de metros quadrados de áreas verdes por habitantes. 

Segundo a prefeitura, são 32 parques e bosques oficiais. Os mais famosos são o Lago das Rosas, o mais antigo, criado nos anos de 1940 e próximo do Centro da Capital, o Parque Flamboyant, localizado no jardim Goiás e o Parque Vaca Brava, localizado no Setor Bueno e que foi criado em 1951, mas só foi construído em 1996.

Os maiores parques da Capital são o Parque Municipal Carmo Bernardes, com mais de seiscentos mil metros quadrados, o Bosque Índia Diacuí, com mais de trezentos mil metros quadrados de extensão e o Parque Municipal Cascavel, localizado no jardim Atlântico e com quase trezentos mil metros quadrados.

Os parques são considerados pontos de preservação ambiental e são utilizados como ambientes de regulagem da temperatura e poluição. De acordo com a Amma, o município de Goiânia conta com 195 unidades de conservação ambiental, o que resulta em uma área de 16 milhões e meio de metros quadrados. A região da Capital com maior quantidade de áreas de preservação é a sudeste, com 33 unidades. O órgão ainda afirma que a Capital possui cerca de 80 córregos e quatro ribeirões, o Anicuns, João Leite, Capivara e Dourados, além de um rio, o Meia Ponte.

Preservação

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) entende as Áreas de Preservação Permanente (APP) como locais que não podem passar por alterações físicas, como construções. Essas áreas foram definidas na última versão do código florestal em maio de 2012, que busca proteger o solo e corpos d’água de ocupação inadequada, além da prevenção de inundações e enxurradas. “A função ecológica de refúgio para a fauna e de corredores ecológicos que facilitam o fluxo gênico de fauna e flora, especialmente entre áreas verdes situadas no perímetro urbano e nas suas proximidades”, afirmou o órgão.

Para o MMA, o não seguimento destas normas é prejudicial tanto para o meio ambiente quanto para as populações dos centros urbanos. “Os efeitos indesejáveis do processo de urbanização sem planejamento, como a ocupação irregular e o uso indevido dessas áreas, tende a reduzi-las e degradá-las cada vez mais. Isso causa graves problemas nas cidades e exige um forte empenho no incremento e aperfeiçoamento de políticas ambientais urbanas voltadas à recuperação, manutenção, monitoramento e fiscalização das APP nas cidades”, completou.

A Lei nº 12.651 estabelece normas sobre a proteção da vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal e busca o controle e a prevenção dos possíveis danos causados ao meio ambiente provenientes da exploração indevida das florestas.

O Parque Vaca Brava, por exemplo, entra também na denominação de Áreas de Proteção de Mananciais (APM) devido a sua quantidade de nascentes. O poder público considera que esses locais como fundamentais para a qualidade de vida e o bem-estar das populações, e determina a responsabilidade de proteção de todos os órgãos ambientais. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian).

 Calçadas sem manutenção, gramado desgastado e lago sujo retratam o descaso com um dos maiores cartões postais de Goiânia 

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