Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Servidor fantasma de hospital tem R$ 3 milhões bloqueados

O órgão também determinou a suspensão de pagamento salarial pela Gerir, com recursos públicos provenientes de contrato de gestão com a Secretaria Estadual de Saúde (SES)

Postado em: 29-08-2018 às 06h00
Por: Fabianne Salazar
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O órgão também determinou a suspensão de pagamento salarial pela Gerir, com recursos públicos provenientes de contrato de gestão com a Secretaria Estadual de Saúde (SES)

Empregado,Thiago Sobreira da Silva, do Instituto Gerir, Organização Social responsável pela gestão do Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO), tem R$ 3.200.289,76 em bens bloqueados pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). O órgão também determinou a suspensão de pagamento salarial pela Gerir, com recursos públicos provenientes de contrato de gestão com a Secretaria Estadual de Saúde (SES).

A ação foi proposta pelo promotor de Justiça Fernando Krebs, o juiz Élcio Vicente da Silva. Respondem ao processo, além do servidor fantasma, o Instituto e o presidente da entidade, Eduardo Reche de Souza.

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Conforme relatado pelo promotor, desde 2012, Thiago é empregado do Instituto, organização social responsável pela gestão do Hospital de Urgências de Goiânia. No entanto, desde julho de 2013, o servidor, contratado para o cargo de controlador, passou a exercer atividades exclusivamente a favor dos interesses particulares da OS, mas sendo remunerado com verba pública, o que configura improbidade.

Krebs informa, por meio de assessoria que, mesmo sem realizar qualquer contraprestação no Hugo, Thiago aparece no rol de empregados da unidade, com remuneração de cerca de R$ 30 mil. “A situação é tão absurda que o salário dele é o maior dentre todos os empregados contratados pela OS para atividades no Hugo, praticamente equiparando com os dirigentes do hospital”, afirma o promotor.

O próprio servidor confessou que nunca trabalhou diretamente no Hugo, mas no escritório do Instituto, realizando viagens pelo Brasil para tratar de assuntos de interesse exclusivo da OS e, sobretudo, no acompanhamento e assessoria ao presidente da entidade.

A ação proposta pelo MP tem como objetivo a condenação dos acionados pela prática de ato de improbidade administrativa, suspendendo também os pagamentos a Thiago. O promotor requereu também a quitação de R$ 1.600.144,88 para a reparação por dano material ao patrimônio público, mais R$ 4.800.434,64 a título de reparação por dano moral coletivo e difusos e outros R$ 4.800.434,64, de multa civil, correspondente a três vezes o valor do dano material causado.

O Hoje tentou entrar em contato com o Instituto Gerir para obter resposta em sete ligações no intervalo das 14 às 15h30, sem sucesso. (Raunner Vinícius Soares é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)

 

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