Cirurgia bariátrica transforma a vida de professor  

A cirurgia é utilizada como tratamento da obesidade e das suas comorbidades, sendo que os dois mais utilizados são o Sleeve e o Bypass Gástrico

Postado em: 10-10-2023 às 08h00
Por: Ronilma Pinheiro
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Henrique Alves Silva, de 32 anos, chegou a pesar 220 quilos. Após a cirurgia, emagreceu 90 quilos | Foto: Arquivo Pessoal

O Professor e Gestor de Redes Sociais, Henrique Alves Silva, de 32 anos, fez uma cirurgia bariátrica há cerca de três anos. Ao jornal O Hoje, ele conta que chegou a pesar 220 quilos e após a cirurgia, emagreceu 90 quilos. “Ainda preciso perder mais uns 30 quilos para poder fazer a plástica”, relata o gestor.

Após inúmeras tentativas de fazer o procedimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), Henrique precisou fazê-lo pela iniciativa privada. “Fiz tudo pelo SUS, só que demorava demais e aí eu tive que fazer um plano de saúde para ver se me ajudava a pagar, porque estava precisando muito”, detalha.

A cirurgia mudou a vida de Henrique em vários aspectos. Ele passou a dormir tranquilamente, respirar melhor, dirigir com mais facilidade, o que não era possível com o sobrepeso.

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Henrique que antes sofria com a comorbidade, hoje, não falta um dia sequer na academia e nos finais de semana, faz caminhada ao ar livre nos parques da cidade. A alimentação do professor também mudou. “Hoje como alimentos mais saudáveis. Alguns alimentos ainda são rejeitados pelo meu corpo, como é o caso do milho. Mas, enfim, a minha vida mudou totalmente”, relata.

Em 2022, foram 74.738 cirurgias bariátricas no país, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Desse número, 65.256 procedimentos foram via planos de saúde e apenas 5.923 procedimentos pelo SUS. A obesidade atinge 6,7 milhões de pessoas no Brasil, apontam dados do Ministério da Saúde. Já o número de pessoas com obesidade mórbida ou índice de massa corporal (IMC) grau III, acima de 40 kg/m², atingiu 863.086 pessoas no ano passado.

Atualmente, existem três modelos de cirurgias bariátricas no Brasil, sendo que os dois mais utilizados são o Sleeve ou Gastrectomia Vertical e o Bypass Gástrico, segundo o Cirurgião Bariátrico, Paulo Reis Esselin de Melo. O Duodenal Switch é um modelo pouco utilizado.

O procedimento é feito por videolaparoscopia, cirurgias conhecidas popularmente como aquelas cirurgias feitas pelos “furinhos”. “Elas podem ser feitas também por corte, mas a grande maioria das cirurgias hoje são feitas por laparoscopia, por videolaparoscopia e também por robótica”, detalha o cirurgião.

A cirurgia bariátrica é utilizada como tratamento da obesidade e das suas comorbidades. “Então, quando o paciente opera, tem grandes benefícios à saúde. A partir do momento que ele controla a obesidade, ele tem a chance também de controlar essas doenças que são causadas pelo sobrepeso”, explica.

Antes de passar por uma cirurgia bariátrica, o paciente passa primeiramente pela consulta médica, onde o cirurgião irá avaliar o seu quadro e indicar se precisa ou não de cirurgia. Paulo Reis destaca que o principal critério observado pelos especialistas é o Índice de Massa Corporal (IMC). “Esse cálculo é feito pegando o peso do paciente e dividindo pela sua altura ao quadrado. Se esse paciente tiver o IMC maior ou igual a 35 e ter ou não alguma comorbidade, ele pode ser sim um candidato a fazer a cirurgia”, detalha.

Após a indicação, o paciente deve se submeter aos exames exigidos pelo cirurgião para ver se há alguma contraindicação em relação à cirurgia. Caso os exames sejam favoráveis, ele inicia uma nova etapa, que é a preparação com a equipe multidisciplinar. Depois de passar por todos os procedimentos necessários, a cirurgia finalmente pode ser agendada.

No pós-operatório, também têm alguns cuidados necessários que precisam ser seguidos pelo paciente. “Ele precisa ter acompanhamento nutricional, fisioterapêutico e também o cuidado psicológico”, explica. “Mas basicamente no pós-operatório é alimentação, a suplementação proteica e vitaminas e a questão da parte de acompanhamento também da fisioterapia”, enfatiza.

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