Construção civil em Goiás abre 1,6 mil vagas de emprego por mês em 2023

Apesar do alto número de vagas, as empresas têm encontrado dificuldades para achar mão de obra qualificada

Postado em: 14-10-2023 às 15h30
Por: Ícaro Gonçalves
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Apesar do alto número de vagas, as empresas têm encontrado dificuldades para achar mão de obra qualificada | Foto: Divulgação

O setor da construção civil em Goiás abriu, em média, 1,6 mil vagas de emprego por mês no ano de 2023. O levantamento é do Sindicato da Indústria da Construção em Goiás (Sinduscon-GO), que constatou ainda cerca de 700 vagas abertas mensalmente só em Goiânia.

Apesar do alto número de vagas, as empresas têm encontrado dificuldades para achar mão de obra qualificada. Isso porque as atividades informais e autônomas têm atraído um grande número de trabalhadores.

São atividades como de motorista de aplicativo ou entregador de comida, que proporcionam flexibilidade de horários, mas com rendimentos menores, sem vínculo empregatício e direitos trabalhistas.

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Uma das empresas com vagas abertas em Goiânia é a Vega Incorporações, com 50 vagas disponíveis. A empresa oferece oportunidades de emprego para profissionais com as mais diversas qualificações, de ajudante de obras, passando por carpinteiros e encarregado de obras, até técnico de segurança do trabalho.

Segundo Lucas Florindo, coordenador de obras da empresa, ainda há preconceito e desinformação em relação ao trabalho formal na construção civil, o que também dificulta a ocupação das vagas. “O trabalho desempenhado por profissionais que trabalham em empresas sérias é muito diferente, por exemplo, daquele em que o trabalhador é um servente de pedreiro, que faz a casa do vizinho”, compara.

O coordenador ressalta que o trabalhador formal na indústria da construção está amparado por direitos trabalhistas, seguro e uma série de normas de segurança que são rigorosamente observadas. “Se compararmos o salário de um trabalhador de aplicativo com o de um profissional qualificado da construção civil, o primeiro tem ganhos menores. E, se fica doente ou se machuca, não tem nenhum seguro ou amparo, tem que ficar encostado, sem rendimentos, sem poder trabalhar. A construção civil, por sua vez, cuida muito bem dos seus funcionários”, enfatiza Lucas Florindo.

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Crescimento

Para o presidente do Sinduscon-GO, Cezar Mortari, a construção civil passa por uma fase de crescimento e recuperação gradativa de empregos que se observa desde 2019. “Essa recuperação se intensificou durante a pandemia de Covid-19. Em 2013, Goiás tinha um total de 90 mil trabalhadores na construção. Em 2018, houve uma redução para 45 mil e, agora, voltamos a 85 mil”, compara.

Até o ano que vem, a construção civil em Goiás deve recuperar o quantitativo de 2013 e, provavelmente, superá-lo, pois a construção civil tem crescido muito acima do PIB nacional nos últimos anos, prevê o dirigente. Segundo o IBGE, a construção civil cresceu 6,9% em 2022, enquanto o PIB brasileiro cresceu 2,9%. Em 2021 a construção cresceu 10% e o PIB 5%.

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