Mais de mil casos de desaparecidos foram registrados em 2018

O número de registros de casos de pessoas desaparecidas em Goiás neste ano é 1.314, cerca de 187 pessoas por mês. No ano anterior, no mesmo período analisado, 1.369 pessoas, ou seja, 55 pessoas a menos. Cerca de 80% dos casos de desaparecimentos são solucionados. Quando se refere a menores de 18 anos, o número também assusta. Em 2018, 778 crianças e adolescentes desapareceram e, no mesmo período em 2017, este número foi de 871. Para interceder ante esses altos índices, foi assinado na última semana documento que cria o Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (Plid). 

O programa prevê ações conjuntas e coordenadas para garantir a efetividade das investigações sobre casos de desaparecimento de pessoas em Goiás. O acordo entre Secretaria de Segurança Pública (SSP), Tribunal de Justiça (TJ-GO) e Ministério Público (MP-GO), vão divulgar imagens de desaparecidos em suas mídias sociais. O documento Plid terá validade de cinco anos.

Também será responsabilidade da SSP garantir, por meio das forças policiais, que comunicados de desaparecimento tenham prioridade no atendimento. A Secretaria de Segurança Pública também criará a Coordenação de Investigação de Desaparecidos, que será chefiada por um representante da Polícia Civil.

O Ministério Público, por sua vez, fiscalizará os procedimentos acordados, orientará seus membros sobre a importância de garantir prioridade na tramitação de procedimentos que tratem da investigação relativa ao desaparecimento de pessoas. A mesma medida também será executada pelo TJ Goiás, por meio da Corregedoria Geral de Justiça.

O termo de cooperação foi assinado pelo secretário de Segurança Pública, Irapuan Costa Júnior, o presidente do TJ-GO, desembargador Gilberto Marques Filho, e procurador-geral de Justiça, Benedito Torres Neto. 

Desaparecidos

Neste ano, um caso que chamou atenção. Duas estudantes de 11 anos desapareceram após sair da escola, no dia 25 de abril, e foram encontradas somente no dia 27. Segundo a Polícia Civil, as adolescentes estavam sendo mantidas em cárcere privado por dois jovens, que foram presos e levados à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam).

As meninas contaram que saíram da escola, estavam na rua quando receberam convite para ir para casa deles e aceitaram, mas desde então só falaram com as mães quando eles deixavam e o que eles instruíam. As mães delas receberam fotos delas com rosto tampado e disseram que, ao falar com as filhas por telefone, ouviam voz masculina coagindo as crianças a falarem que estava tudo bem e a não dizer onde estavam.

Raunner Vinícius Soares é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian