Órgãos de Isabela devem ser doados para pacientes no DF e em SP

Adolescente teve morte cerebral após ter sido arremessada de um brinquedo de um parque de diversões em Ceres região central de Goiás

Postado em: 04-09-2018 às 14h00
Por: Katrine Fernandes
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Adolescente teve morte cerebral após ter sido arremessada de um brinquedo de um parque de diversões em Ceres região central de Goiás

Katrine Fernandes

Na manhã desta terça-feira (4) a adolescente Isabela do Amaral Vieira, de 16 anos, que morreu após ser arremessada de um brinquedo em Ceres, região central de Goiás, está passando por cirurgia para a retirada de órgãos que devem ser doados. De acordo com Fernando Augusto Ataíde Castro, gerente da Central de Transplante, o procedimento, começou por volta de 11h e deve durar cerca de 4h, terminando por volta das 15h.

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Ainda segundo o gerente a cirurgia é realizada no Hospital de Urgências de Anápolis (Huana),  Ele explica ainda que, apesar dos exames, existe uma possibilidade remota de inutilização dos órgãos. Exames prévios apontaram que estão aptos para novos receptores o fígado, que será levado para o Distrito Federal, e um rim, para São Paulo.

“Pode ser que eles não estejam aptos, mas é preciso esperar. Ela foi vítima de um trauma. Teoricamente, só saberemos ser eles são realmente viáveis após o procedimento cirúrgico”, disse.

A morte cerebral de Isabela foi constatada pelo Huana na manhã da última segunda-feira (3). Durante o tempo em que esteve internada, ela já teve de ser operada para retirar um rim. Logo após a retirada dos órgãos e finalizados os protocolos médicos, o corpo é liberado para a família.

O acidente aconteceu no último dia 26 de agosto. Além de Isabela, também ficaram feridas Thalia Aparecida Pires, Thatiely Carvalho Evangelista e Mariane Oliveira Dias, todas de 16 anos. As duas primeiras já receberam alta e a última segue internada.

Entenda como são feita as doações

Após autorização da família para a doação e a definição dos órgãos que estão aptos, é feito uma busca em um sistema nacional para verificar quem pode ser beneficiado. Como tem menos de 18 anos, Isabela é considerada uma doadora pediátrica e, por lei, são priorizados pacientes no mesmo perfil dentro do mesmo estado.

“Em Goiás, é possível transplantar, além do fígado e rim, coração, medula óssea e córneas [este último não foi autorizado pela família]. Mas no estado, não é realizado nenhum transplante em receptores pediátricos. Aí partimos para pacientes em outros estados”, explica o gerente.

A partir de então, é feita uma nova busca por receptores menores de idade em todo o país, o qual obedece vários critérios, como posição na fila de espera, compatibilidade sanguínea e imunológica. De acordo com esse critério, foram escolhidos os beneficiários dos órgãos da adolescente.

Se acaso não houvesse nenhum paciente pediátrico apto a receber o transplante, ele seria então disponibilizado para algum adulto dentro de Goiás e, persistindo a incompatibilidade, para adultos dos outros estados.  

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