Por que é importante lembrar a história de Goiânia

Nove décadas de uma das capitais que mais crescem em todo o mundo. Os 90 anos de Goiânia levam à reflexão sobre a importância de garantir que a sua história seja contada de geração em geração. 

Naqueles idos de 1930, Goiânia era apenas um pedaço de terra, até que um dia Pedro Ludovico Teixeira decidiu centralizar a capital no estado de Goiás em um terreno nas proximidades de Campinas. O governador da época tinha a intenção de impulsionar a ocupação do estado e aumentar a produção econômica. A partir disso, Goiânia surgiu e começou a ser conhecida em todo o Brasil. Por que esse processo é tão importante para os goianos? Para responder a essa pergunta, a equipe de reportagem do Jornal O Hoje conversou com a professora e historiadora Tê Maria.

“Goiânia foi um divisor de águas na história de Goiás. Se antes nós tínhamos um estado que passou por todo um processo histórico durante o período de colonização, uma capital que foi sede do governo por muitos anos, desde Goiás província ali na cidade de Goiás, um estado que foi muito explorado na época dos Bandeirantes, muito explorado do ponto de vista da mineração do ouro. Antigamente o estado de Goiás não tinha grandes representatividades no cenário nacional e, com a transferência da capital para Goiânia, a gente já tem uma grande mudança em relação a isso”, diz a historiadora.

Como é explicado pela professora Tê Maria, Goiânia passou por muitos momentos importantes desde seu surgimento. Momentos históricos que ajudaram na popularização da cidade, mas a capital também passou por períodos negativos. No entanto, esses eventos contribuíram para que a cidade ficasse mais conhecida em algumas partes do mundo. “Durante a história de Goiânia temos um evento na área da saúde que é ponto negativo historicamente, que foi a história do Césio 137, é um acidente radioativo que foi muito negativo para a sociedade goianiense e para o estado”, disse ela, que complementa: “Por outro lado, tornou-se Goiânia uma cidade conhecida internacionalmente, porque com isso vieram vários pesquisadores para estudar o acidente radioativo do Césio 137”.  

Além disso, Goiânia tem diversos prédios e lugares que contribuem para manter as lembranças históricas da capital vivas na memória dos Goianos. “Entre os edifícios históricos mais emblemáticos de Goiânia, nós temos vários. Podemos citar que em Goiânia, desde a sua construção, teve uma riqueza enorme do ponto de vista atualizado e um estilo muito singular que é um estilo de arte, de construção de prédios em Art Déco, então temos todo o conjunto ali da Cívica, a começar pelo Palácio do das Esmeraldas, e todos os prédios próximos que foram feitos para atender a administração pública.” 

Nessa entrevista, ela também cita outras construções emblemáticas importantes para a história de Goiânia. “Fora dessa região, temos outras construções importantes também, como o Lago das Rosas e o Teatro Goiânia, que inclusive foi onde Pedro Ludovico Teixeira assinou e fez a festa do chamado Batismo Cultural de Goiânia”, relembra a historiadora.

Então, através da história e de monumentos emblemáticos da cidade, a sociedade pode compreender sua história e conhecer o passado da sua terra. Mas além de memórias boas, a população também deve lembrar os momentos negativos, pois relembrar os momentos negativos, nos ajuda a não cometer o mesmo erro novamente: “Somente através da história que uma sociedade pode compreender o seu passado. Através da preservação, da história que uma sociedade pode se conhecer. Pode resgatar a memória coletiva de um povo.”

A historiadora relata que a capital está repleta de grandes histórias, mesmo sendo uma capital bem nova. “E Goiânia como sendo uma capital tão jovem, completando seus 90 anos, mas já é uma capital tão cheia de história e essa história precisa ser preservada, precisa estar na memória dos seus moradores, dos que aqui chegaram.” Segue afirmando: “Então tem que preservar a história em todas as suas instâncias, resgatar essas memórias para as gerações futuras”.