Mãe de gêmeas siamesas tem primeiro contato com uma das filhas

É a primeira vez que a mãe pega a criança no colo desde a cirurgia de separação. Ainda não há previsão de quando ela poderá fazer a mesma coisa com a outra bebê

Postado em: 05-09-2018 às 15h50
Por: Katrine Fernandes
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É a primeira vez que a mãe pega a criança no colo desde a cirurgia de separação. Ainda não há previsão de quando ela poderá fazer a mesma coisa com a outra bebê

Katrine Fernandes

A consultora de beleza, Viviane Menezes dos Santos de 30 anos que é a mãe das siamesas, teve um primeiro contato com uma das filhas nascidas em Goiânia no último dia 22. O registro foi feito na terça-feira (4), enquanto Viviane visitava as filhas. Os médicos avaliam que o toque da mãe é muito importante para a recuperação das crianças, que se sentem “confortáveis”, com a presença maternal.

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Ainda segundo informações dos médicos, a mulher se sentiu emocionada ao estar com a pequena Catarina, nome escolhido para menina. É a primeira vez que a mãe pega a criança no colo desde a cirurgia de separação. Ainda não há previsão de quando ela poderá fazer a mesma coisa com a outra bebê, Débora, que nasceu com um problema cardíaco grave e precisa fazer uma cirurgia de urgência.

O boletim divulgado na manhã desta quarta-feira (5) mostra que as irmãs que estão internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital Materno Infantil (HMI), têm um quadro grave, e se alimentam via sonda. Catarina respira com auxílio de oxigênio inalatório, e Débora, com ajuda de aparelhos. O procedimento que Débora precisa, ainda não tem previsão para ser realizado devido ao quadro da menina, que primeiro deve ser estabilizado.

As gêmeas nasceram unidas pelo tórax e abdômen, compartilhando o fígado. Por causa do problema cardíaco, a separação teve que ser realizada de forma emergencial no dia seguinte. A mãe das meninas, Viviane, que mora em Salvador (BA), já recebeu alta e passa bem, ela chegou a Goiânia um dia antes do parto. Ela disse que chegou a ter as vidas das crianças desenganadas pelos médicos, mas que agora está confiante.

“Estou confiante. Acho que, como mãe, meu papel e acreditar. Acreditei lá atrás quando não tinha perspectiva alguma, não vai ser agora que vou deixar de confiar. São minhas filhas e faço o que for preciso. Vou até o fim do mundo por causa delas”, afirma.

Por que se formam gêmeos siameses?

Os gêmeos siameses acontecem quando um óvulo é fecundado duas vezes, não se separando corretamente em dois. Depois da fecundação é esperado que o óvulo se separe em dois até um máximo de 12 dias, porém devido a uma mutação isso pode acontecer, e as células formam partes do corpo ou órgãos em comum. Em alguns casos, os gêmeos siameses podem ser detectados durante a gravidez, através da realização das ultrassonografias de rotina.

Cirurgia de separação

A cirurgia para a separação de gêmeos siameses nem sempre é indicada, devido ao risco elevado por causa do compartilhamento de órgãos. Pode ter duração de 20 a 36 horas e pode trazer complicações, como insuficiência cardíaca, hepática e até mesmo neuronal. A chance de um dos gêmeos vir a óbito durante ou após o procedimento é alta. Por isso, é recomendado que a cirurgia seja realizada por uma equipe médica composta por várias especialidades com o objetivo de diminuir o máximo possível os riscos.

Hospital referência em Goiânia

O HMI é considerado unidade de referência no parto de siameses. É o único hospital do Sistema Único de Saúde (SUS) habilitado para realizar cirurgias de separação. Já foram registrados 38 casos, com 18 separações, contando a das gêmeas Catarina e Débora.  

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