Especialista alerta para possibilidade de mal súbito por causa do calor

O mal súbito é a perda ou quase perda da consciência, de forma repentina, em decorrência de diversas causas, sejam elas benignas ou malignas

Postado em: 30-10-2023 às 07h44
Por: Ronilma Pinheiro
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O mal súbito é a perda ou quase perda da consciência, de forma repentina, em decorrência de diversas causas, sejam elas benignas ou malignas | Foto: Arquivo pessoal

Termo pouco usado na área da medicina, mas popularmente conhecido, o mal súbito é a perda ou quase perda da consciência, de forma repentina, em decorrência de diversas causas, sejam elas benignas ou malignas. A explicação é da médica cardiologista do Hospital Encore e Hospital do Coração de Goiás, Ellen Guimarães.

Ao jornal O Hoje, Ellen explica que é importante diferenciar o termo mal súbito de morte súbita – esse sim, bastante conhecido entre os profissionais da medicina – já que os dois tendem a se confundir nos diálogos populares. A morte súbita, caracteriza-se pela Parada Cardiorrespiratória (PCR), em que o tempo entre o evento que promove o colapso e a morte ou PCR, ocorre em menos de 1 hora. Além disso, podemos chamar de morte súbita, aqueles casos onde a morte é inesperada e não assistida,  com a ausência de uma doença ou condição suspeita que possa predispor a fatalidade.

No caso do mal súbito, caracterizado anteriormente pela perda de consciência de modo repentino, pode ocorrer a partir de uma hipoglicemia – quando há um nível muito baixo de glicose no sangue – de susto, desidratação e hipotensão por causa do calor. Estas são as reações de perdas transitórias da consciência com prognóstico benigno, ou seja, que não levam à morte, segundo a cardiologista.

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No entanto, apesar de muitas vezes os casos de mal súbitos não levarem à morte, existem situações descritas pela médica como “ameaçadoras à vida”, que podem ser fatais. É o caso do Acidente Vascular Cerebral (AVC), infartos do miocárdio e arritmias cardíacas – quando levam o paciente à morte em menos de 1 hora. Desse modo, Guimarães pontua que ter um mal súbito não é sinônimo de morte instantânea, apesar de em alguns casos esta ser a realidade.

É importante destacar ainda, que há um grupo de pessoas mais suscetível à essa problemática, segundo a cardiologista. No entanto, varia de acordo com a causa do mal súbito. “As perdas de consciência costumam ter mais causas benignas nos mais jovens, em pessoas sem comorbidades ou doenças crônicas”, afirma. Em relação às pessoas com idades mais avançadas e pessoas que têm doenças crônicas e fatores de riscos como hipertensão, diabetes, obesidade, cardiopatias, dentre outros, há maior chance de ter um mal súbito. E mais, que possa tirar-lhes a vida.

Apesar dos fatores mencionados acima, cada caso precisa ser avaliado individualmente para classificar o risco daquele mal súbito ser algo benigno ou não, já que isso orienta a conduta médica a ser utilizada, segundo a especialista.

Agora, para além das informações que definem, caracterizam e orientam a respeito dessa condição que pode afetar as pessoas independente da idade ou status social, é importante falarmos de prevenção. Afinal de contas, se é possível prevenir uma doença ou até mesmo a morte, é necessário que o façamos, mas para isso o primeiro passo é o conhecimento.

A prevenção começa pelos comportamentos diários, que vão desde beber bastante líquido à uma vida baseada em atividades físicas. “ O organismo bem hidratado fica menos suscetível a quedas de pressão”, destaca. “A atividade física com pelo menos 150 minutos de exercícios moderados por semana, previne doenças cardiovasculares e consequentemente mal súbito”, acrescenta. Para quem tem doenças crônicas, a orientação da especialista é que mantenha as metas indicadas pelos médicos que as acompanham nos tratamentos.

Ellen Guimarães, orienta ainda, quais os procedimentos a serem seguidos ao presenciar uma cena em que alguma pessoa tenha um mal súbito, ou seja, perca a consciência. “A  primeira coisa a se fazer é testar a responsividade [Capacidade de responder o que se pergunta adequadamente] dela logo após a queda. Chamar a pessoa, tentar ver se acorda com estímulos sonoros e táteis”, orienta.

Caso não haja reação do indivíduo, deve-se acionar os canais de emergência, deixando claro que se trata de pessoa inconsciente e não responsiva. “Quem tem algum treinamento em suporte de vida pode auxiliar, mas o mais importante pra quem não o tem, é chamar por ajuda rápido”, afirma. Se a pessoa recuperar a consciência sem precisar acionar a emergência, deve-se checar se há alguma confusão mental, alteração motora, na fala, na expressão. “Se houver qualquer sinal de alteração, também deve ser levada a atendimento médico de emergência”, finaliza.

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