Obras deixam partes do Marginal Botafogo assoreadas

Os problemas mais graves na Marginal apareceram no fim de fevereiro, após uma série de temporais atingirem a Capital

Postado em: 06-09-2018 às 06h00
Por: Fabianne Salazar
Imagem Ilustrando a Notícia: Obras deixam partes do Marginal Botafogo assoreadas
Os problemas mais graves na Marginal apareceram no fim de fevereiro, após uma série de temporais atingirem a Capital

Raunner Vinícius Soares*

Trechos do canal do córrego Botafogo, na Marginal que leva o mesmo nome, estão assoreados. O local tem pontos interditados por conta de obras para corrigir erosões e desmoronamentos na pista. Os problemas mais graves apareceram no dia em 22 de fevereiro deste ano, após um temporal atingir Goiânia. Na ocasião, parte do asfalto ficou destruído entre os viadutos das avenidas Independência e Araguaia.

Continua após a publicidade

A prefeitura afirma que a empresa que realiza as obras na Marginal é terceirizada e não saberia dizer qual o procedimento de recuperação do canal, após o término das obras.

Leandro Somma, prefessor em Gestão em Impactos Ambientais em Engenharia do Instituto de Pós-Graduação e Graduação (IPOG), diz que mesmo quando a obra for finalizada e o curso do rio normalizado, os dejetos derivados da obra são empurrados pelo córrego causando problemas na parte onde desemboca o Botafogo. “Como temos um grande volume de água indo para este canal, naturalmente a força da água vai arrastar este material das margens e causa problemas por onde a água passa”.

O especialista explica que quando se faz uma canalização no curso d’água, como é o caso da Marginal, tem que se preocupar com a questão do escoamento pluvial, não só a questão da água da chuva, mas também, toda drenagem urbana. “O que mais agrava a situação são os dejetos da reforma no córrego que são um problema”, diz professor.

As nascentes do córrego Botafogo encontram-se no bosque municipal Jardim Botânico, que drena uma área de 31,5 km², e contribui com a drenagem da cidade nos sentido sul/norte, recebendo as vazões dos Córregos Areião e Capim Puba pela margem esquerda e pela margem direita o Córrego Sumidouro, desaguando no Ribeirão Anicuns pela margem. Que, por sua vez, alimenta o Meia Ponte

Histórico

No começo do mês julho o prefeito de Goiânia, Iris Resende, decretou situação de emergência pelo período de 180 dias na Marginal Botafogo. No documento, afirmava que a decisão levou em conta o grande volume de chuvas entre novembro de 2017 e abril deste ano, que causaram o desmoronamento em vários trechos da via, a existência de 17 pontos críticos em sua extensão e a ocorrência de risco iminentes de novos desmoronamentos, constatada por relatórios técnicos de órgãos competentes.

O decreto da prefeitura foi publicado no Diário Oficial no dia 3 de julho. Com esta medida, a prefeitura poderia dispensar licitação nos contratos de aquisição de bens necessários para a prestação de serviços e obras na via. No entanto, as ações devem ser concluídas dentro dos seis meses. Também é possível alocar recursos orçamentários para custeio das obras e utilização de mão de obra em regime especial de plantão.

Prejuízo

De acordo com a Secretaria Municipal de Trânsito Transporte e Mobilidade (SMT), passam entre 80 mil e 100 mil carros diariamente na Marginal Botafogo, ou seja, representando uma perda para os goianienses e os usuários da Região Metropolitana. Segundo a prefeitura, uma empresa foi contratada para uma análise técnica da situação da Marginal. O estudo deve custar R$ 1,3 milhão.

Em nota emitida à imprensa em março, quando decreto foi publicado, a Prefeitura de Goiânia informa que decretou nesta segunda-feira (3), situação de emergência por um prazo de 180 dias na Marginal Botafogo em virtude do nível de ocorrências que surgiram nos últimos anos provocadas pelo grande volume de chuvas, implicando no comprometimento da segurança e risco de trafegabilidade nas pistas de rolamento.

A nota também fala que a administração municipal ficaria autorizada a adotar procedimentos administrativos e operacionais para solucionar os 17 pontos críticos nos dois sentidos da via, bem como do canal do córrego, em regime emergencial. (Raunner Vinícius Soares é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)

 

Veja Também