Pai de santo é investigado por transmitir HIV de propósito
O Jovem alega ter sido manipulado pelo pai de santo para não usar preservativo
Por: Matheus Santana
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A cidade de Anápolis se torna palco de um caso inusitado. Nesta segunda-feira (30), um estudante de enfermagem de 23 anos registrou uma denúncia na Polícia Civil de Goiás, contra um pai de santo, de 52 anos. Na delegacia, o Jovem alegou que o pai de santo teria transmitido HIV de propósito para ele. Segundo a advogada da vítima, Jessica Victória Souza, ele revelou que teve relações por cinco meses com o suspeito, sem saber que o “companheiro” era portador do vírus.
Com o estado psicológico afetado, o estudante de enfermagem relatou para a polícia que sentia ter sido manipulado pelo pai de santo. O jovem também afirmou que durante as relações sexuais com o suspeito, nunca tinha preservativo. O pai de santo teria convencido o rapaz para não usar proteção, alegando que ele não teria outros parceiros. Porém, a defesa alega que o suspeito era casado com outra pessoa, e namora outra pessoa além da vítima. O rapaz não sabia que o suspeito tinha outros companheiros.
Após o estudante de 23 anos ter uma conversa com um dos companheiros do acusado sobre a necessidade de fazer exames, o rapaz se sentiu obrigado a fazer um exame de DST. Na segunda-feira (30), ele foi até um posto de saúde para fazer exames, e lá a vítima teve a confirmação que estava infectado pelo vírus. No mesmo dia o rapaz se dirigiu até a delegacia da Polícia Civil para denunciar o pai de santo. Com o estado mental abalado o estudante está sendo acompanhado por um psicólogo e um psiquiátrico, o jovem também já está em tratamento contra o vírus.
O rapaz também denunciou o pai de santo por ameaça. Segundo ele, o acusado teria usado de seu poder religioso para amedrontar a vítima, fazendo com que ele apagasse as mensagens que tinha no celular, porque o suspeito não queria que o relacionamento se tornasse público. O caso foi registrado pela Polícia Civil como lesão corporal de natureza grave, resultando em enfermidade incurável e ameaça.
Em nota, a Federação de Umbanda e Candomblé do Estado de Goiás (Fuceg), relatou que esse caso se trata de um caso isolado, e que o julgamento cabe às autoridades competentes legais. A Fuceg afirmou que o pai de santo não faz parte da federação, e que são contra a qualquer tipo de ataque de intolerância religiosa.
A equipe de reportagem do jornal O Hoje tentou entrar em contato com a Polícia Civil de Goiás para obter mais informações do caso, porém não teve retorno até o fim desta edição.