Goiânia ‘pegando fogo’ durante período de seca na capital

Neste ano, Goiás contabilizou 1.408 incêndios em terrenos baldios, lotes vagos ou similares

Postado em: 10-09-2018 às 06h00
Por: Fabianne Salazar
Imagem Ilustrando a Notícia: Goiânia ‘pegando fogo’ durante período de seca na capital
Neste ano, Goiás contabilizou 1.408 incêndios em terrenos baldios, lotes vagos ou similares

Raunner Vinícius Soares*

Falta menos de quatro meses para acabar o ano e a quantidade de incêndios em 2018 é quase o equivalente em comparação com todo ano passado, aponta dados do Corpo de Bombeiros. Em 2017, foram contabilizados 1.562 incêndios (terrenos baldios, lotes vagos ou similares), ou seja, apenas 154 de diferença para este ano que ainda não acabou. A preocupação se baseia nas estimativas do período de seca no Estado que dura até o começo outubro. 

Continua após a publicidade

Em Goiás a estação seca dura 5,8 meses, de 13 de abril a 7 de outubro. Portanto, os incêndios são recorrentes nestes meses. Os dados do Corpo de Bombeiros referentes a 2017 demonstram este fato. 

No quadro geral de casos do ano passado, nos meses de maio até outubro a corporação teve um aumento relevante de incêndios em comparação com os outros meses do mesmo ano. Foram 6.527 casos. Só nos meses de setembro e outubro de 2017, foram 2.379 em todas as categorias. Ou seja, em 2018, setembro mal começou e os incêndios em terrenos baldios, lotes vagos ou similares projetam que podem ser bem maiores do que em 2017.

Fogo

No mês de junho deste ano, por exemplo, um incêndio atingiu um lote baldio no Residencial Vereda dos Buritis. O Corpo de Bombeiros foi chamado para combater o incêndio, que foi próximo a dois condomínios, na Rua VB-3, no Residencial Vereda dos Buritis, em Goiânia. 

O fogo estava concentrado em um lote baldio e não há sinal de nenhuma vítima no local. Uma viatura chegou ao local para controlar a situação, buscando evitar que o fogo se propague para a vizinhança. 

Por isso, de acordo com a assessoria do Corpo de Bombeiros, neste período de seca a corporação concentra ações direcionadas no trabalho para combater as chamas de forma direta e de forma indireta, ou seja, na orientação das pessoas e o aumento do efetivo. Com isso, combater as chamas de forma mais eficiente. 

Legislação

No artigo 250 do Código Penal Brasileiro diz que, causar incêndio expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, a pena é de reclusão que pode variar de três a seis anos e multa. E ainda, a multa pode chegar a milhões, dependendo da quantidade e área atingida.

Ações preventivas

Não só incêndios em terrenos baldios preocupam a Corporação, segundo assessoria, a Corpo de Bombeiros realiza palestras em escolas, distribui cartilhas, além de oferecer oficina de abafadores para proprietários rurais, para que saibam lidar com um foco de incêndio. Neste ano, a corporação ministrou treinamento com funcionários da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) de Goiânia, para que os servidores possam conter incêndios nos parques e áreas verdes da Capital

A orientação técnica de combate ao fogo foi dada para os funcionários no Núcleo Socioambiental, no Setor Novo Horizonte. O treinamento foi solicitado pelo presidente da Amma, Gilberto Marques Neto que, por meio da assessoria da prefeitura de Goiânia, acredita que, em casos de incêndio em algum dos 38 parques da cidade, a ação tem que ser realizada de maneira rápida.

O Corpo de Bombeiros também iniciou parceria com a Secretaria do Meio Ambiente de Aparecida de Goiânia (Semma) neste mês com diversas ações com o objetivo de prevenir e combater focos de incêndio no período seco. O foco do trabalho foi na Serra das Areias, maior área de preservação ambiental do município, onde foram feitos cerca de 600 metros de aceiros para que qualquer foco de incêndio não atinja a área de preservação.

Além do aceiro, que é uma espécie de contenção, foram realizadas ações educativas no sentido de orientar a população sobre os prejuízos provocados por esse tipo de incêndio tanto ao meio ambiente quanto à saúde pública, conscientizando para que não coloquem fogo no lixo doméstico, principalmente às margens da reserva ambiental. (Raunner Vinícius Soares é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)

 

Veja Também