Tudo que é preciso saber antes de colocar o DIU

Ginecologista explica como deve ser a inserção do Dispositivo Intrauterino (DIU) e quais as vantagens de usá-lo

Postado em: 08-11-2023 às 07h00
Por: Ronilma Pinheiro
Imagem Ilustrando a Notícia: Tudo que é preciso saber antes de colocar o DIU
Nos últimos 12 meses cerca de 1,3 mil Dispositivos Uterinos (DIUs), em Goiânia | Foto: Divulgação

O Dispositivo Intrauterino (DIU) é um aparelho de silicone em formato de T, que é colocado dentro do útero – órgão muscular com formato de pêra invertida que pertence ao sistema reprodutor feminino – para evitar que a mulher engravide. Dentro do órgão, o Diu desenvolve alguns mecanismos de contracepção, de acordo com o ginecologista e obstetra da Maternidade Nascer Cidadão, Rogério Cândido Rocha.

“O primeiro mecanismo é o de corpo estranho. Ele ocupa a cavidade endometrial e atrapalha a subida do espermatozoide para encontrar o óvulo e fecundá-lo, ou seja, ele obstrui a passagem do espermatozoide”, explica o especialista. O segundo mecanismo, é o inflamatório, onde o DIU concentra uma série de células inflamatórias que destroem os espermatozóides, segundo Rogério Cândido.

No caso do DIU hormonal, ainda tem ação do hormônio chamado de levonorgestrel – progesterona que causa atrofia do endométrio e espessamento do muco -. Esse também dificulta a ascensão do espermatozoide para encontrar o DIU, segundo o ginecologista. “Lembrar sempre que o DIU não é abortivo” enfatiza.

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Antes de colocar qualquer DIU, a paciente precisa passar por uma avaliação médica com um ginecologista, que irá avaliar se há possibilidade de ter infecções, pólipo – uma massa de tecido que se projeta a partir da parede de um espaço vazio, como o intestino – sangramento uterino – quando a causa é desconhecida ou suspeita-se de câncer. “Ela precisa ter uma cavidade endometrial normal, não pode ter a alteração da anatomia dessa cavidade. Caso contrário, ele não vai encaixar perfeitamente e se não encaixar, pode ser expelido”, explica.

Após inserir o dispositivo, é importante que a mulher fique atenta aos prazos de vencimentos e de trocas do aparelho, para evitar danos à saúde. “Um mês após a inserção, deve-se fazer uma avaliação para saber como está o dispositivo”, orienta o médico. Após esse primeiro mês, uma vez por ano a mulher precisa fazer uma avaliação, respeitando a data de validade de cada aparelho. “ O DIU de cobre tem uma validade de 10 anos, enquanto o DIU hormonal precisa ser trocado a cada 5 anos”, explica.

O médico denomina o desconforto de estar sempre fazendo avaliações do aparelho, a sua inserção, bem como também a adaptação de cada mulher, como uma desvantagem em usar o aparelho. Além disso, segundo ele, o fato do dispositivo não prevenir de Infecções Sexualmente Transmissíveis também pode ser uma desvantagem do DIU.

Nos últimos 12 meses cerca de 1,3 mil Dispositivos Uterinos (DIUs) foram inseridos nas unidades hospitalares, Maternidade Nascer Cidadão (MNC), Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC) e o no Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI).

As maternidades são a principal porta de acesso para colocação do método contraceptivo  em Goiânia. O DIU garante que as mulheres tenham capacidade de planejar suas famílias e cuidar da saúde reprodutiva, uma vez que a gravidez pode interromper diversas áreas na vida da gestante, bem como no trabalho, escola ou faculdade.

O SUS, tem feito avanços notáveis nesse sentido, dando a essas mulheres a possibilidade de impedir uma gravidez indesejada, a partir do acesso a métodos contraceptivos, como o DIU.

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