Poda preventiva de árvores previne quedas e curtos elétricos 

Apenas neste ano a Comurg realizou a poda de 53 mil exemplares plantados em praças, canteiros públicos e calçadas

Postado em: 09-11-2023 às 07h00
Por: Alexandre Paes
Imagem Ilustrando a Notícia: Poda preventiva de árvores previne quedas e curtos elétricos 
A ação, intensificada no início do período chuvoso, é fundamental para reduzir os riscos de acidentes | Foto: Alexandre Paes/O Hoje

Vivendo em meio ao calor intenso e tempestades repentinas, podemos afirmar que o período chuvoso está se aproximando, e para evitar queda de árvores e possíveis curtos circuitos elétricos a Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) se juntou a Companhia Metropolitana de Urbanização (Comurg) para intensificar as podas preventivas das milhares de árvores presentes no centro urbano de Goiânia. 

Esse serviço previne que os galhos e as folhas das árvores mais altas encostem na fiação elétrica, evitando curtos que ocasionam a queda do fornecimento de energia elétrica. Outro fator importante é que possíveis árvores condenadas podem cair, já que a força do vento contribui para a queda de plantas doentes ou no final do seu ciclo de vida. 

Segundo o último levantamento da Comurg, um total de 53 mil árvores foram podadas, preventivamente, em Goiânia entre janeiro e outubro deste ano. Já de acordo com a Prefeitura, o serviço contemplou praças, canteiros públicos e exemplares plantados em calçadas.  A ação, intensificada no início do período chuvoso, é fundamental para reduzir os riscos de acidentes com quedas de galhos sobre casas, fiação elétrica, veículos, pedestres e animais. 

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“Goiânia é a cidade mais arborizada do Brasil, por isso nossa preocupação com a poda e extirpação de árvores comprometidas é contínua”, afirma o presidente da Comurg, Alisson Borges. Ele lembrou ainda que depois de cortadas, as galhadas e folhas vão para o serviço de compostagem e a madeira é utilizada na marcenaria da Comurg, onde são fabricados móveis como bancos e pergolados das praças e mesas de trabalho.

“Nossos colaboradores usam motosserras e equipamentos de proteção para fazer as podas. Para as árvores de grande porte há ainda o suporte de caminhões com cestos aéreos, para alcançar o topo. Tudo feito com segurança e com a técnica adequada”, destacou. Em alguns casos a concessionária de energia é acionada para o desligamento da rede elétrica. Outras situações também exigem a presença de bombeiros, quando os exemplares são de grande porte.

A bióloga Júlia Wilson de Sá Roriz, que é analista em obras e urbanismo, conta que a realização de podas é importante para manter a árvore equilibrada e para a retirada de galhos baixos ou doentes. “Outra função de poda de árvores é para a desobstrução de fiação elétrica. Porém, as árvores não suportam podas frequentes e o mais correto, pensando na fitossanidade da árvore, seria poda no máximo uma vez a cada dois anos (dependendo da espécie), para dar tempo da árvore recuperar da poda e se reequilibrar”, destacou ao detalhar os cuidados com a saúde das árvores.

Na realização de qualquer tipo de poda, a bióloga destaca que deve-se preocupar com o equilíbrio da copa da árvore. Isto minimizaria a queda de árvores. “A poda para a desobstrução de fiação elétrica tem como objetivo impedir os curtos circuitos. Porém, estes serviços são feitos de maneira equivocada em alguns aspectos. Por exemplo, a morfologia da copa da árvore não é considerada, com isso, as podas deixam as árvores com a copa descaracterizada e desequilibrada, deixando-a suscetível à quedas”, aponta a especialista.

Além disso, Júlia lembra que os cidadãos também podem observar algumas características que as árvores apresentam caso estejam condenadas ou doentes, necessitando assim uma análise da Amma para extirpação. “Sempre é bom olhar a inclinação acentuada do caule, principalmente se há levantamento do solo; Aparecimento de lesões com necroses (aspecto de podre) no caule ou galhos; Frutos que apodrecem antes mesmo de amadurecer, ainda no pé; e final de ciclo biológico, que é quando a árvore seca naturalmente por inteiro”, pontua.

Ela lembra que algumas espécies apresentam peculiaridades, como insetos que se alimentam do cerne da árvore, sendo o caso da Monguba (Pachira aquática), que precisa de avaliação dos analistas da AMMA para verificar se há infestação do Euchroma gigante. “No caso de dúvida quanto à fitossanidade de árvores, pode-se abrir processo no site da prefeitura de Goiânia solicitando a vistoria técnica”, finaliza Júlia.

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