Menino desaparecido em Rio Verde foi acolhido em abrigo em junho após caso de violência

Pedro Lucas de 9 anos está sumido há dez dias foi levado a abrigo com irmão após denúncia de violência do padrasto contra a mãe

Postado em: 11-11-2023 às 09h39
Por: Matheus Santana
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Menino desaparecido em Rio Verde foi acolhido em abrigo em junho após caso de violência | Foto: Reprodução

O desaparecimento de Pedro Lucas Santos, de 9 anos, ainda é um mistério para a Polícia Civil goiana. O menino foi visto pela última vez no dia 1° de novembro, quando ele levou o irmão de seis anos à escola. Filmagens divulgadas pela polícia mostram a criança indo em direção da casa onde ele mora com a mãe e o padrasto e outros dois irmãos, no dia que sumiu. A família da criança procurou as autoridades apenas quatro dias após o desaparecimento.

A reportagem do jornal O Hoje apurou, com exclusividade, que a criança vivia em um ambiente conturbado, que envolvia brigas, uso de drogas e violência doméstica. 

“A família apresenta um histórico de problemas. Essas crianças já foram recolhidas na casa de abrigo temporário, sob a determinação do Ministério Público, pelo Conselho Tutelar”, disse o delegado Adelson Canedo, que investiga o caso. 

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Além disso, o delegado também contou que o padrasto da criança é dependente químico. Segundo um Boletim de ocorrência, no qual o Jornal O Hoje teve acesso, no dia 4 de junho, a mãe do Pedro Lucas teria sido agredida pelo companheiro de 21 anos. Segundo os relatos dos vizinhos, a mulher gritava por socorro, e o rapaz estava armado com uma faca. 

Segundo o Registro de Atendimento Integrado (RAI), o padrasto do menino teria usado uma faca para ameaçar a mulher. Na confusão, a irmã mais nova do Pedro Lucas,  que, à época, tinha 1 ano e 9 meses, ficou machucada. 

Com  a chegada dos policiais, o padrasto se livrou da faca, jogando-a por cima do muro. Os policiais militares levaram o casal à delegacia. Os policiais também apreenderam na residência gaiolas com aves silvestres.

E as crianças foram levadas, sob a proteção do Conselho Tutelar, para a Casa de Abrigo Temporário (CATE), em Rio Verde. 

Para entender melhor como foi o abrigo das crianças mais velhas do casal, a reportagem procurou o CATE, que encaminhou a reportagem para falar com o Conselho Tutelar. Até o fechamento desta edição, no entanto, não houve retorno do conselheiro que fez a ocorrência à época do acolhimento nem o que está acompanhando o desaparecimento do menino. 

O delegado Adelson Canedo explicou nesta sexta-feira (10) que tem feito diligências, como ouvir familiares. A avó da criança foi ouvida, mas não soube especificar muita coisa, senão que apenas disse à mãe do menino procurar a polícia e registar o Boletim de Ocorrência.  

Durante o primeiro registro da ocorrência, a mãe e o padrasto do menino alegaram que não foram até a polícia antes, porque acreditaram que o menino estava na casa da avó. Porém, no registro foi constatado uma inverdade na versão da mãe e do padrasto. Pois, segundo informações do delegado, a avó estava em viagem e tanto a mãe da criança quanto o padrasto sabiam dessa informação. Momentos depois a mãe e o padrasto Pedro Lucas confessaram que haviam mentido sobre a história que o menino casa da avó.

Uma força tarefa foi criada para procurar o menino, as buscas foram feitas em locais específicos onde Pedro Lucas costumava frequentar.  A procura foi feita pela Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, com o apoio da Polícia Civil e Polícia Técnico-Científica. 

“Quando ele deixa o irmão na escola, ele toma um sentido contrário à casa dele. E algum tempo depois é colhido a imagem dele, como se estivesse voltando sentido à casa dele”, diz Adélson.

Ainda segundo informações repassadas pelo delegado, além de Pedro Lucas, seu irmão também já passou por um abrigo temporário sob determinação do Ministério Público pelo Conselho Tutelar ainda este ano.

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